Alguma vez você viveu uma experiência, em que teve a sensação de ter mais alguém em sua casa, mas apenas pensou:
“não quero saber” e simplesmente esqueceu? Algumas vezes, o medo do desconhecido parece ser a melhor opção, em vez de enfrentar o perigo real e concreto. Normalmente, não é nada, entretanto, algumas vezes, por exemplo, eu poderia jurar que um móvel tinha mudado de lugar, mas talvez fossem apenas truques desconcertantes da memória.
Mas, e quando acontece algo que realmente te impressiona? Você fugiria? Ignoraria?
Segunda-feira passada era um dia normal. Acordei, escovei os dentes e vesti o uniforme escolar... Todo o ritual matinal. Parecia um dia comum, como qualquer outro. Até que as vi: As cordas.
Haviam três ou quatro cordas grossas no meu quarto. Cruzavam entre as paredes da minha casa, uma estava amarrada à porta. Não havia como eu não ter percebido elas antes, certamente teria tropeçado nelas ou coisa assim. Estavam amarradas em ganchos nas paredes, os quais não existiam há alguns segundos.
Ninguém entrou no meu quarto enquanto eu estava nele, e muito menos fez isso. Era cedo e eu estava acordando. Então, eu simplesmente ignorei o que vi, desamarrei as cordas e fui para a escola.
Contudo, as coisas ficaram mais estranhas. Fora de minha casa, haviam centenas delas, atadas entre as casas, ao redor dos carros, através das ruas... Isso deveria ser uma pegadinha. Algum desses programas estúpidos de câmera escondida. Certamente disseram às pessoas que se escondessem e amarraram as cordas nos objetos.
Com um pouco de medo, continuei meu caminho. No ônibus, todos, exceto eu, estavam amarrados à porta. Na escola, grupos de amigos estavam amarrados uns aos outros e os professores amarrados em suas mesas. O que me estranhava nestes momentos, era porque haviam me deixado fora da pegadinha.
Quando minha amiga Lucy sentou ao meu lado, na primeira aula, ela simplesmente pôs a bolsa nas minhas pernas e descansou o queixo sobre a mão, olhando pela janela.
- Oi Lucy!
Nenhuma resposta.