Bem, muitas vezes jovens pegam carona pelas estradas, na
maioria desertas, em busca de aventuras. Pois bem, leiam essa história e pensem
duas vezes antes de procurar aventura em lugares errados...
P.S.: Pessoal, comentem minhas histórias, nem que seja pra fazer uma crítica. Só pra saber se está bom ou preciso melhorar em algo. Abraços a todos.
P.S.: Pessoal, comentem minhas histórias, nem que seja pra fazer uma crítica. Só pra saber se está bom ou preciso melhorar em algo. Abraços a todos.
A única luz
que podiam contar era a inconstante luz da lua que, de tempos em tempos, se
escondia atrás das nuvens. Os dois jovens amigos andavam pela estrada de chão,
estavam tentando atravessar o país pedindo carona e estavam conseguindo.
A última
carona foi até Diamantina, e agora seguiam a pé por uma estrada deserta que os
levaria até Belo Horizonte, mas os jovens não conseguiram mais nenhuma carona
desde que chegaram ao interior de Minas.
– Esses caipiras da roça são um bando de medrosos!
– gritou o mais jovem, filho de um industrial paulista.
– Pois é, meu! Durante o dia, vários
caminhões de leite, caminhonetes, carroças e até carros de boi passaram por nós
e ninguém parou! Agora à noite é que vai ser mais difícil ainda! – constatou
o amigo, também filho de um industrial paulista.
– Povo do mato é muito burro! Só ficam ignorando!
– resmungou.
E continuaram
a andar pela estrada escura e fedida de esterco de vaca. Tudo parecia normal,
mas algo estranho, muito estranho estava para acontecer.
– Você notou como a lua está grande hoje? –
perguntou o mais novo.
– É a lua cheia! Estamos no fim da Quaresma!
Semana Santa! Você viu as procissões em Diamantina?
– Vi. Esse povo da roça é muito idiota! Rezam
o dia inteiro, sem falar nas superstições! Que se danem!
Mas, de
repente, uma luz, que não era da lua, veio de trás deles.
– Está vindo um carro pela estrada! - empolgou-se
o mais novo.
– Vamos pedir carona? Espero que pare! Estou
morrendo de sono! – sugeriu o mais velho.
– É uma caminhonete velha! Tomara que tenha
espaço atrás!
– Tomara que pare, senão estaremos ralados! –
cogitou o mais velho.
E os dois
adolescentes estenderam seus dedos polegares e estamparam um sorriso em suas
faces. Essa poderia ser a última chance. A caminhonete passava por eles agora.
– Olha, meu! Parou! Vamos!!! – alegrou-se
o jovem paulista.
Era uma Rural azul,
ano 1968, muito velha. Na frente iam duas pessoas, um velho senhor e um garoto,
que parecia ser seu neto. O velho fez sinal para os dois pularem na parte
traseira (que estava sem tampa) da velha Rural.
Os jovens não
pestanejaram, pularam na carroceria cheia de bosta de galinha e o velho deu
partida.
– Pronde ocês tão indo, uai? – perguntou
o ancião pela janelinha traseira aos guris.
– Pra Belo Horizonte! – responderam em
coro.
– Êê! Eu num vô té lá não, mas deixo ocês em
Paraopeba! De lá, cês vão pá Belzonte! – avisou o velho.
Durante toda
viagem, o velho conversava sem parar com os caronas, mas o garotinho permanecera
mudo e imóvel o tempo todo, parecia que nem piscava. Uma atitude insólita, para
um menino que nem tinha pêlos no corpo.
A noite estava
muito escura, pois a lua, sonolenta, se encontrava em um leito de nuvens. Às
vezes, os viajantes passavam por um ou outro botequim de beira de estrada,
perto de alguma fazenda.
– Ô meu! Está com fome? Estou afim de 02
pastéis e uma cerveja! – perguntou o rapaz mais velho ao amigo.
– Não, estou sem fome! Engoli um besouro há
uns 05 minutos atrás! – respondeu sorrindo o rapaz.
– Você reparou como tem placas nos botequins
e fazendas dizendo: "Temos Parapapum", "Parapapum Dia e
Noite"...?
– É! Deve ter gente que sai até à noite para
comer, beber ou trepar nesse tal de Parapapum....
A viagem
estava tranqüila, com os viajantes conversando alegremente, com exceção do
menino.
– Ô tio! Esse menino aí é seu neto? Por quê
ele fica quieto o tempo todo? – perguntou um dos caronas.
– Não! Ele é o úrtimo rebento da minha muié!
É o meu sétimo fio homem! Ele é quieto anssim memo! Deve cê duenti!
– Sétimo filho??? Ôrra!!! O senhor mente pra
diabo! – disse o mais novo.
– Eu tamém sô o sétimo fio da minha mãe,
muié do meu pai! O povo diz qui nóis vai virá Lobisome! Esse povo daqui é muito
besta, uai! Isso é coisa do tinhoso, e eu minha muié somo muito religioso! –
disse o ancião.
– Tem muitas lendas desse tipo aqui em
Minas? – perguntou o rapaz.
– Vixe! E como tem, sô! Inda mais agora, qui
tamo no fim da Quaresma, Semana Santa! Hoje é Quinta-Feira da Paixão, lua
cheia. Eu falo procês, se existe esse coisa ruim do Lobisome, é hoje que ele
aparece! – falou o velho.
A lua cheia
estava no zênite, e acabara de sair por detrás das lívidas nuvens da noite
mineira. Nesse momento, o garoto começou a se mexer, parecia que estava com
soluço.
– Qui foi, fio? Tá cum vontade de mijá? –
perguntou o ancião.
O menino
começava a balançar a cabeça e a babar. Estava tentando tirar as roupas
enquanto gemia. O menino fechou os olhos e colocou as mãos na boca.
– Pára o carro!! Acho que o menino vai
vomitar!! – gritou um dos rapazes.
– Carma fio!! A premera veiz é anssim mermo!
– acalentou o velho.
– Primeira vez o quê? – perguntaram os
dois.
– Ara! Ocês num prestaram atenção no que eu
disse procês? – respondeu o velho com uma voz estranha, muito estranha.
Continua...
Walacionil Wosch
Gurizada besta. Got it.
ResponderExcluirlol xD
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