Lago Natron

Lago mortal transforma animais em estátuas.


O Lago Natron é um lago salgado alcalino situado no norte da Tanzânia, próximo da fronteira com o Quênia. É de origem tectônica e com menos de três metros de profundidade. A temperatura que chega a 60° e às altas taxas de alcalinidade. O pH fica entre 9 e 10,5 e a medida que a temperatura aumenta e a estação seca se estabelece, os níveis de salinidade aumentam até ao ponto em que os microrganismos halófilos, adaptados a ambientes salinos, começam a desenvolver-se. O lago por muitas vezes apresenta coloração avermelhada por causa das cianobactérias halófilas com pigmento vermelho.

Poucos animais conseguem sobreviver às adversidades do lago. Uma espécie de flamingo (Phoenicopterus minor) misteriosamente vive nesta região se alimentando das cianobactérias do lago. Além deles, tilápias alcalinas (Alcolapia alcalica) e alguns crustáceos também suportam o ambiente. O lago leva o nome de “natrão”, um composto natural formado por carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, sal e sulfato de sódio. Este “combinado” era uma das substâncias utilizadas pelos antigos egípcios nos processos de mumificação. As múmias ficavam imersas por durante 70 dias. Recentemente um fotógrafo registrou aves e até morcegos que simplesmente petrificaram em contato com a água super alcalina formando incríveis estátuas reais.

As fotos são do Inglês Nick Brandt para seu novo livro, Across the Ravaged Land (Por toda a terra devastada). Ele diz:

“Eu inesperadamente encontrei as criaturas - todo tipo de pássaros e morcegos - ao longo da costa do Lago Natron, no norte da Tanzânia. Ninguém sabe ao certo exatamente como eles morrem, mas parece que o lago reflete bastante a luz e isso os confunde. Assim como pássaros colidem com janelas de vidro, eles caem dentro do lago.

A água possui um teor extremamente alto de base e sal, tão alto que consumiria a tinta das minhas caixas de filme Kodak em poucos segundos. A base e o sal fazem as criaturas se calcificarem, perfeitamente preservadas, à medida que secam.

Eu tirei essas criaturas de onde as encontrei no litoral e, em seguida, coloquei-as em posições “vivas”, trazendo-as de volta para a “vida”, por assim dizer. Reanimados, vivos outra vez na morte. Eu não pude evitar, tive que fotografá-los. 

Frequentemente, aves migratórias sofrem acidentes e caem na águas do Natron. Brant acredita que isso é ainda mais comum porque ás águas paradas funcionam como uma espécie de espelho e assim, as aves, por ilusão, mergulham sob a impressão que estão ainda no espaço aéreo. Há algum tempo, um piloto de helicóptero foi vítima trágica dessa ilusão. Sua aeronave foi capturada pelo lago e rapidamente corroída pelas águas.

Durante a estação da seca, quando a água recua, revelam-se as carcaças de aves e morcegos, ressecados, quimicamente preservados...

Ao longo de três semanas, Brandt trabalhou com os habitantes locais a fim de coletar alguns dos espécimes mais preservados. Os moradores da região acharam que ele era absolutamente insano, um cara louco que chegou oferecendo dinheiro para as pessoas irem caçar animais mortos ao redor do lago.

Ninguém sabe ao certo como os animais se tornam/tornaram estátuas, mas ao que parece, de alguma forma ficaram submersos por algum tempo na água e quando voltaram para a superfície já estavam cobertos de natrão e foi questão de tempo até que se petrificassem. Outra hipótese é que ao cair dentro do lago os animais morrem afogados e com o decorrer do tempo, ao invés de apodrecer, acabam se calcificando, à medida que secam à margem.

Mas a empreitada não foi uma tarefa simples. O contato com a água é muito perigoso: É tão cáustica que, se você tocá-la e sua mão tiver um algum imperceptível corte, a dor é intensa e entrar nesse lago é, literalmente, um mergulho na própria Morte.







Você arriscaria um mergulho?

Fontes:
http://diariodebiologia.com/
http://forevis.blog.br/
http://noticias.r7.com/
http://www.epochtimes.com.br/
http://sofadasala-noticias.blogspot.com.br/
http://pt.wikipedia.org/

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