Sou acordada por minha irmã, para ir almoçar, sento-me para comer, minha mãe reclama por eu não ter ido tomar banho depois de chegar, mas permite que eu almoce dessa vez sem ter que ir tomar banho antes. Pego um filme e começo a assistir com minha irmã. Depois que o acabou fiz minha tarefas e tirei um cochilo. Quando acordei já eram 6 horas e eu estava com vontade de comer meu pastel de queijo com frango. Peguei meu dinheiro e fui para a lanchonete. Chegando lá me deparo com Leandro deprimido sentado no banco da praça olhando fixamente a lanchonete. Por que será que ele esta triste? Seria uma boa idéia ir falar com ele? Não custa nada. Sento ao lado dele.
- O que foi Leandro? – Pergunto
curiosa.
- Minha tia... Ela tirou todo o
meu dinheiro, e me deixou sem nenhum centavo... Agora estou morrendo de vontade
de comer um pastel... – Leandro fala com a voz um pouco entristecida e
repentinamente olha para mim com uma expressão quase de choro. – Ela é uma
pessoa cruel... Lucrinda é uma pessoa muito cruel, não se deixe enganar pela
sua beleza... Ninguém deveria tirar o direito de alguém de comer seu pastel
diário! – Leandro fala com uma voz meio que de chora... Ele deve gostar mesmo
de pastel... Mas acho que ela não teria tirado o dinheiro dele se não tivesse
um motivo.
- Por que ela fez isso? Ela tem
que ter algum motivo... Você fez algo? – Pergunto o encarando. Eu queria
perguntar ‘’O que você fez para ela?’’, mas acho que seria meio rude.
- Ela apenas não quer que eu faça
uma coisa, mas essa é a coisa que eu mais quero fazer, não posso deixar que
ninguém alem de mim possa fazer isso e nem permitir que alguém me impeça. –
Leandro fala com um olhar determinado... Bem, acho que ele não quer falar sobre
isso, já que ele não falou o que era isso, não vou perguntar o que é, mas ele
realmente deve gostar desse pastel... Bem, eu poderia pagar um para ele dessa
vez...
- Ei, eu posso te pagar um...
Você quer? – Pergunto querendo ajudá-lo, não consigo ver pessoas tristes e não
fazer nada em relação a isso... Um péssimo costume para os dias de hoje.
- Sim, eu quero! Você compraria
mesmo um para mim? – Leandro fala eufórico e com um grande sorriso no rosto...
Ele deve gostar mesmo desse pastel.
Chegando a lanchonete peço dois
pasteis de queijo e frango. Hã? Acabo de sentir uma hostilidade no ambiente... Alguém pretende assaltar esse lugar? Mas eu sinto mais como se estivesse
direcionada a mim... Não, deve ser engano meu. Os pasteis ficam prontos e eu
pago ambos... E depois de comer me despeço de Leandro e sigo para casa, já que
Leandro falou que tinha assuntos para resolver. Será que ele é envolvido com
alguma gangue? Isso pode explicar sua tia ter tirado seu dinheiro... É melhor
eu não me envolver muito com ele...
Ainda sinto a uma hostilidade no
ambiente... Parece que estou sendo seguida... Droga... Outro homem querendo
abusar de mim? Droga, o que tem em mim que chama tanta atenção nesse tipo de
gente? Por favor, que não seja algo assim... Duvido muito que alguém me salve
agora... Meu corpo para de se mover. Não consigo me mover... Mas que droga é
essa? Um homem sai de um beco escuro com um sorriso em seu rosto olhando para
mim.
- Você é Rafaela, certo? – O
homem pergunta me encarando com um olhar extremamente malicioso, posso sentir
uma aura cheia de más intenções vindas dele... Droga, o que esta havendo? Não
consigo me mover e nem mesmo falar... Que droga. – Óh, me desculpe! – O homem
estala os dedos e meu corpo volta a se mover. Ele me paralisou com o poder de
sua mente? Eu já li sobre isso... Que azar... Esbarrar com alguém assim, e ele
sabe meu nome... Melhor eu fingir ser outra pessoa.
- Não... Você deve esta me
confundindo com alguém... Meu nome é Vanessa. Ate mais então, boa sorte na sua
procura por essa garota. – Termino de falar passando pelo lado desse homem.
- Na verdade minha procura
acabou! Não estou certo, Rafaela Venâncio de Maliot? – O homem fala virando-se
para mim com um sorriso irônico. Um grande frio percorre por todo o meu corpo e
estou mais uma vez paralisada... Que droga... Droga... O que esse homem quer
comigo?
- Deve estar se perguntando o que
eu quero com você... Bem, não se preocupe, pois não sou um pervertido... Eu
apenas devo acabar com você... Sua existência vai contra a igreja e eu um
membro dos Cavaleiros dos Lamentos, vim para te eliminar. Sinta-se honrada, não
é sempre que um Cavaleiro como eu vem especialmente atrás de alguém. – O homem
fala com um grande sorriso e uma aura que não esconde nem um pouco as suas
intenções. Que droga... Estou passando de novo por isso, esse sentimento de
impotência... Se eu estivesse com o Leandro, ele poderia me salvar...
- Não tenha medo... Esta com uma
cara de choro vergonhosa... Uma garota não deveria fazer essa expressão...
Dá-me um aperto em meu peito em ver você assim, mas... São as ordens, não posso
ir contra elas! – O homem fala com uma expressão entristecida tocando meu rosto,
mas sua aura mostra suas verdadeiras emoções e esse maldito sádico esta amando
esse momento... Mas é brincadeira, né? Eu vou morrer? Por quê? Eu não fiz nada
contra a igreja... Sempre fui para ela rezar e orar por deus, nunca fiz nada
que desse motivo para ser caçada por um executor. – Vai ser rápido... Apenas
não chore... Okay? – O homem fala colocando sua mão em meu peito esquerdo e
começa a apertado... Ai... Esta apertando muito forte... Esta doendo muito...
De meus olhos começam a sair lagrimas e a única coisa que posso fazer para
tentar expressar a dor que sinto, é um gemido de dor.
- És uma vadia! Esta gemendo de
prazeres, não é? –Tento usar toda a força que tenho para tentar gritar, mas a
única coisa que consigo é sussurrar ‘’Alguém me ajude!’’. Inútil... Estava ate
sendo um pouco divertido ter alguém com quem falar, ao invés de ficar sozinha.
Logo quando estava começando a achar que o mundo poderia se tornar um lugar
legal, isso vem acontecer... Esse mundo é uma droga mesmo... Droga de
destino... Droga de deus. Sinto uma energia maligna. – Quem esta ai? – O homem
pergunta me largando e dando um salto para trás. Meu corpo volta ao normal, mas
estou tão abalada que caio no chão e minhas pernas estão tremulas de mais para
se moverem. A energia apenas aumenta e começa a consumir todo o ambiente. Será
ele? Será Leandro? – Eu não o sentir chegar... Quem é você? – O homem grita
assustado olhando para o mesmo beco do qual havia saído e que estava ao meu
lado. Passos começam a ser ouvidos do corredor, aproximando-se a mim.
- Droga... Será que eu não posso
sair de perto de você? – Leandro fala ao sair do beco olhando para mim. Leandro
abaixasse a minha frente e me olha com um olhar de preocupação. – Não se
preocupe... Já passou... Não permitirei mais que nada assim aconteça com
você... – Leandro fala me abraçando. Seu corpo é quente, muito quente, mas trás
um grande conforto. Tento estabilizar minhas lagrimas. – Me desculpe, mas terei
que deixar algo ruim sair novamente... Mas não farei nada com você! – Leandro fala
me soltando e indo em direção ao homem que está cantarolando uma espécie de
reza em outra língua. Uma aura imensa e densa começa a emanar de Leandro,
começando a consumir toda a existência ao seu redor, junto com a minha... Não
sinto mais a minha existência...
- Não acredito que alguém como
você pertence a algum grupo de cavaleiros da igreja! – Leandro fala com um tom
de voz irritado.
- Cale a boca demônio imundo! – O
homem grita furioso.
- Demônio... Seres sujos,
egoístas, traiçoeiros, pecaminosos, inescrupulosos... Ahahaha, Humanos apenas
se definiram nessa palavra. – Leandro fala ironicamente.
- Tome isso demônio! – O homem
fala desenhando no ar e lança um símbolo de luz em direção a Leandro. Leandro
segura o símbolo com a mão e uma fumaça constante começa a sair da mão de
Leandro no momento em que ele segura o símbolo.
- Você sabe quem eu sou? –
Leandro pergunta para o homem, ainda segurando o símbolo de luz.
- Claro que sei! Você é um
demônio! Você que não deve saber quem eu sou! – O homem fala com um pequeno
sorriso no rosto e olhando para o chão.
- Eu sou Abigor! – Leandro grita
e em um piscar de olhos tudo foi consumido pela aura de Leandro. E o símbolo
quebra-se como vidro – E você é um cadáver que ainda não sabe que morreu. –
Leandro complementa com um grande e assustador sorriso. Eu não estava
enganada... Essa aura é realmente dele.
Leandro aproxima-se do homem. –
Pego na armadilha demônio! – O homem fala com um grande sorriso levantando a
ponta de seus dedos fazendo aparecer um símbolo luminoso no chão. – Agora não
poderá sair e terá que me ver com sua concubina. - O homem fala com um sorriso
sádico. Concubina? Quem esse maldito acha que eu sou? Mas Leandro está
realmente preso?
Leandro olha calmamente para o
símbolo embaixo de seus pés e logo depois sorri insanamente. – Seria uma pena
se eu fosse um humano! – Leandro fala saindo lentamente de cima do símbolo.
- Mas como? Isso é impossível!
Como um humano pode ter essa aura? Você não é humano, mas também não é um
demônio... O que você é? – O homem grita assustado.
- Já lhe disse, eu sou humano! E
você ainda pode usar magia? – Leandro fala enquanto estende a sua mão para
tocar o homem.
- Claro que posso... Hã? Por que
não consigo sentir energia nenhuma em meu corpo e o ambiente também está
vazio... – O homem olha completamente aterrorizado para Leandro.
- Ahahahahahaha... Agora que foi
perceber o verdadeiro sentido de minha aura? AHAHAHAHAHA... Não deveria se
considerar um mago! O nível da igreja caiu bastante nessas ultimas gerações...
Ahahahaha. – Leandro gargalha euforicamente... Assustador... E logo após acerta
com a mão aberta o peito do homem, o arremessando a uma velocidade
surpreendente contra a parede de uma casa, a rachando... O homem cospe sangue,
Leandro aproximasse e fala algo para o homem e ele responde, mas não consigo
ouvir. Leandro acerta um soco na barriga do homem e o faz vomitar sangue,
depois começa a socar insanamente o homem na barriga, ate ele parar de gritar
com as pancadas. Droga, droga, droga... O que eu estou fazendo aqui?
Depois
dessa tenho certeza de que o homem morreu... Sou testemunha de um homicídio...
Tento me levantar, mas meu peito direito esta doendo muito e acabo perdendo o
equilíbrio e caio de novo no chão. Leandro aproxima-se a mim com aquele sorriso
macabro... Eu vou morrer? – Ahhhh. – Começo a gritar chorando por medo de
Leandro, pelo acontecido e pela dor constante em meu peito. A aura de Leandro
some e ele fica com uma expressão de preocupação olhando para mim. Ele coloca
sua mão sobre minha cabeça.
- Eu não lhe farei mal! E essa
dor deve passar logo, mas você não conseguirá ir para casa sozinha... Posso te
levar ate lá? – Leandro pergunta, preocupado. Sem conseguir falar por estar
soluçando, balanço a cabeça sinalizando que sim... Que outra escolha eu tenho?
Essa dor esta muito forte... Leandro me segura em seus braços e me leva ate
minha casa, chegando lá fala para minha mãe que eu fui atacada por um louco
pervertido e que acabei me machucando no peito e ele chegou suficientemente
cedo para impedir algo pior, me levou para minha cama e falou para eu descansar
bem e pediu desculpas por ter me assustado novamente, aceitei as desculpas e
ele foi embora depois de eu parar de chorar... Que dia... Que droga de
semana... E sinto que vai ficar cada vez pior... Mas ele falou que era Abigor e
o homem ficou um pouco inseguro após isso... Quem é Abigor? Quem realmente é
esse Leandro? E o que esses Cavaleiros dos Lamentos têm como motivo para virem
atrás de mim?... Argh... E essa dor em meu peito, quando ira parar?... Preciso
dormir... Amanha não vou sair de casa... De jeito nenhum.
Continua...
Escrito por: Luan
Aviso: Próxima semana terá a continuação de Sangue de Anjo.
Aviso: Próxima semana terá a continuação de Sangue de Anjo.
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