Tracey Wigginton


A mais ou menos 1 ano atrás, mais especificamente em 22 de janeiro de 2012, uma das mais famosas assassinas da Austrália era solta após passar 22 anos na cadeia.

“Vim por trás dele, tirei a faca do meu bolso, ele me perguntou o que estava acontecendo, eu não disse nada e o esfaqueei. Ele tentou pegar minha mão mas eu empurrei a mão dele para baixo, e o esfaqueei no pescoço, de um lado e do outro, continuamente. Eu então o agarrei pelos cabelos e puxei a cabeça para trás, esfaqueando continuamente sua garganta e ele ainda estava vivo.”

Foi assim, sem nenhum tipo de remorso, que Tracey Wigginton, então aos 24 anos de idade, confessou ter assassinado o funcionário do Conselho Municipal da cidade de Brisbane, Austrália, Edward Claude Baldock, de 47 anos. O motivo que levou Tracey a cometer o assassinato é BIZARRO.

Tracey era lésbica e tinha um caso com uma outra mulher, Lisa Ptaschinski. Em 21 de outubro de 1989, o casal de lésbicas foi até uma boate GLS de Brisbane chamada Lewmors. Um outro casal de lésbicas acompanhavam as duas, Kim Jervis e Tracy Waugh.

Tracey se achava uma “vampira”, isso mesmo, e disse para as companheiras que “precisava se alimentar”, ou seja, ela queria beber sangue humano, de preferência, até a meia-noite. As 4 mulheres saíram da boate com um único objetivo: Conseguir uma vítima para Tracey.

Em Kangaroo Point, uma área boêmia de Brisbane, elas toparam com Clyde Baldock, 47 anos, pai de 5 filhos, que bebia em um bar chamado Caledonian Club. Com promessa de sexo com as 4, elas o atraíram até o carro e dirigiram até um parque às margens do rio Brisbane. Enquanto dirigiam até o rio, Clyde Baldock segurava a mão de Tracey.

“Acho que ele era solitário”, diria Tracey a detetives.

Assim que chegaram, Tracey esfaqueou o homem com uma ferocidade que quase arrancou a sua cabeça. Ela então bebeu o seu sangue e fumou um cigarro. O corpo de Clyde foi encontrado no dia seguinte por remadores que se exercitavam no rio.

Edward Baldock. Edward, um pai de família com 5 filhos encontrou a morte
quando aceitou o convite de 4 mulheres para uma suposta orgia sexual.
A solução do assassinato foi como tirar um pirulito da boca de uma criança. Durante o ataque, o cartão de crédito de Tracey caiu no chão. Quando a polícia chegou, uma das primeiras coisas a se notar na cena do crime foi o cartão ao lado do corpo.

Durante o seu julgamento, Tracey Wigginton disse ser uma vampira que não se alimentava de alimentos comuns e sim do sangue de porcos e vacas que ela conseguia num açougue local. Sua amante Lisa Ptaschinski chegou a dizer que cortava os pulsos para que Tracey pudesse sugar o seu sangue.

Tracey foi sentenciada à prisão perpétua, assim como sua amante, Lisa Ptaschinski. Kim Kervis foi sentenciada a 18 anos de prisão, posteriormente reduzidos para 12. Tracy Waugh foi absolvida.

A namorada de Tracey, Lisa Ptaschinski (à esquerda)
e a cúmplice Tracy Anne Waugh (à direita)
Durante o tempo em que ficou presa, Tracey Wigginton foi uma prisioneira modelo, apesar de ter ido para a solitária em 2006 após agredir um guarda e uma outra prisioneira. Em 2009, seu pedido de condicional foi negado e um psicólogo da prisão reportou que Tracey tinha um risco de moderado para médio, com possibilidade de cometer ações violentas nos próximos 7 a 10 anos.

Em 2008, sua (ex) namorada Lisa Ptaschinski saiu da cadeia, e no começo de 2012, a “Assassina Vampira Lésbica”, como ficou conhecida, foi perdoada depois de passar 22 anos na prisão.

As condições para que Tracey ganhasse a liberdade eram:

  1. ela não poderia entrar em contato com nenhuma das participantes do crime;
  2. ela não poderia entrar em contato com a família da vítima;
  3. proibida de receber dinheiro ou qualquer benefício em caso de venda da sua história para a mídia.

Seu endereço não foi revelado pelas autoridades, mas a imprensa australiana a flagrou andando por Brisbane, um dia após ser solta, caminhando pelo mesmo subúrbio onde 22 anos antes cometeu um brutal assassinato.

Hoje Tracey Wigginton é uma mulher livre. Devido a um problema nos seus joelhos, ela anda com ajuda de muletas.



A necessidade de beber sangue é conhecida na psiquiatria como “vampirismo clínico”, uma síndrome onde a pessoa realmente tem a ilusão de que ela é um vampiro. Isso não é um comportamento que decorre de uma obra ficcional, como por exemplo, um filme, mas sim a partir da atração erótica pelo sangue e à idéia de que ele transmite certos poderes. Embora a manifestação real dessa fantasia possa ser influenciada pela mídia, ela desenvolve através de fantasias que envolvem a excitação sexual.

O psicólogo Richard Noll, autor de “Bizarre Diseases of the Mind” (Bizarras Doenças da Mente), diz que esses casos clínicos tem muito em comum com um personagem da obra “Drácula”, de Bram Stoker, chamado “Renfield”. O personagem Renfield é um doente mental que come aranhas e moscas. E por que ele come aranhas e moscas? Para absorver suas forças vitais. Hoje, o vampirismo clínico é conhecido como “Síndrome de Reinfield” graças ao psicólogo norte-americano. E segundo ele, essa síndrome acomete principalmente pessoas do sexo masculino.

O psicólogo enumera um conjunto específico de etapas das pessoas que sofrem dessa síndrome.

“O primeiro estágio é um evento que acontece antes da puberdade, onde a criança é excitada de uma maneira sexual por algum acontecimento que envolve uma lesão com sangue ou a ingestão do mesmo. Na puberdade, isso torna-se fundido com suas fantasias sexuais e ela começa com o auto-vampirismo. Isto é, eles começam a lamber ou beber o próprio sangue. Em seguida passam para outros seres vivos. Isso é o que sabemos dos poucos casos registrados. Essas pessoas tem componentes fetichistas e compulsivos.” Diz o psicólogo.

Para Norris, após a puberdade, a ingestão de sangue passa a ser uma estimulação sexual e em alguns casos também representaria poder e controle sobre a vítima (animal ou humano).

Fonte: http://oaprendizverde.com.br/

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