Anestesiada


Com certeza todos vocês já sentiram isso. Aquela sensação estranha na bochecha depois que você recebeu uma anestesia na boca para algum tratamento dentário. É como se aquele lado do seu rosto ficasse inchado. Ou mesmo como se nem estivesse ali.

"Duas cáries", disse o dentista, olhando na boca de Natalie, 9 anos. "Eu vou preencher uma das cáries agora e você virá para um exame geral depois, assim poderei preencher a outra" "Por quê?" Natalie perguntou. "Eu não gosto de anestesiar os dois lados do rosto de uma única vez. Pode ser perigoso", disse o dentista. Natalie ficou tensa. "Perigoso em que sentido?" "Você não conseguiria sentir seu rosto. Poderia acabar se machucando enquanto come, ferindo sua bochecha e sua língua de tanto mordê-las" ele disse, sorrindo.

Natalia sentiu a acidez da novocaína anestesiando o lado esquerdo de seu rosto. Parecia estar muito inchado. Ela resolveu testar o que o dentista disse e mordeu de leve a bochecha. Como não sentiu nada, ficou mais calma. O dentista perfurou o dente com a broca, resolvendo o problema daquela cárie sem problemas. A mãe de Natalie marcou a outra consulta para dali à alguns dias.

Na volta para casa, ela não parava de morder a bochecha. Era divertido. Ela não podia sentir nada. Eventualmente, ela percebeu haver aberto uma ferida: sentiu o sangue escorrer no lado da língua que não estava anestesiado. Mas por que parar, se não podia sentir nada? Era divertido. Em casa, ela continuou mordendo a bochecha. Cuspia o sangue e os pedacinhos da carne no chão.

"Natalie?" a mãe chamou. "Onde você está?" Subitamente, ouviu um gargarejo vindo do quarto dela.

Na ponta dos pés, ela abriu uma fresta da porta e viu sua filha sentada no canto, com o rosto virado para a parede. “Natalie?” ela chamou outra vez. “Sabe, mãe”, Natalie respondeu, com uma voz quase ininteligível, “o dentista estava certo”.

Ela se virou na direção da mãe, e seu rosto estava horrível.

Toda a sua bochecha havia sumido. Sua mandíbula pendia como se fosse uma dobradiça, e Natalie estava sentada numa poça de sangue, repleta de pedaços de sua boca. Ela tentou sorrir, mas o movimento fez com que toda sua mandíbula inferior caísse.

Em uma voz gargarejada, quase impossível de entender, ela pôde dizer:

”Eu não sinto nada!”

2 comentários:

  1. eta pega jesuis amado que coisa horrivél , e a pessoa ainda não sente nada . Mas boa creepy
    (erros propositais)

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