“As regras estão gravadas em pedra
Quebre as regras e você não ganhará nem um osso
Tudo que conseguirá é que o ridicularizem, que riam de ti
E uma viagem para a Casa da Dor”
Quebre as regras e você não ganhará nem um osso
Tudo que conseguirá é que o ridicularizem, que riam de ti
E uma viagem para a Casa da Dor”
A Litania
A Litania é a
grande canção das eras e contém as tradições, os códigos e as leis dos Lobisomens.
Todos os Lobisomens
devem sabê-la de cor, e a maioria dos bons Lobisomens conhecem uma parte
significativa da Litania. Alguns Lobisomens são verdadeiros mestres da Litania
e até mesmo dominam a maioria de suas complexidades, o conhecimento ideal para
se livrarem de vários problemas.
A Litania é
intrincada e, muitas vezes, confusa, mas suas complexidades atendem mais a um
sentimento poético que a um propósito de adoração. A aplicação prática da
Litania é muito mais simples que os cânticos longuíssimos parecem indicar.
Os Lobisomens
são um povo muito honesto, com pouca paciência para intrincadas manobras
legais. Na maioria dos casos, um violador da Litania está bastante ciente das
conseqüências de seus atos.
Seguem-se alguns
dos dogmas básicos da Litania:
Devido às
deformidades e psicoses exibidas pelos Lobisomens Impuros (e o preconceito
secular contra os Impuros), os Lobisomens são proibidos de se acasalarem entre
si. Os Lobisomens devem buscar parceiros nas sociedades humana ou lupina.
Este dogma
corporifica uma das maiores tragédias Lupinas. Muitos Bardos Lupinos costumam
levar as platéias às lágrimas com baladas sobre Lobisomens que se apaixonam e
não podem expressar essa paixão, ou que o fizeram e foram feitos em pedaços por
sua tribo ultrajada.
Mas o número
de Impuros entre os Lobisomens demonstra que esta lei não é mais tão inviolável
quanto já foi, decerto não constitui crime capital, embora seja motivo de
grande vergonha para os perpetradores e suas linhagens.
Combaterás a Corrupção Onde Quer Que Ela Esteja
Os Lobisomens
foram gerados, dizem os Bardos, para lutarem contra a corrupção e destruição da
Mãe Terra. A maior parte da história de seus primórdios narra as batalhas entre
seus grandes heróis e os lacaios da destruição.
A maioria dos Lobisomens
honra essa tradição, pelo menos da boca para fora.
Nos últimos
tempos, muitos Lobisomens esqueceram ou simplesmente ignoraram sua missão. Isso
talvez tenha ocorrido devido à tensão política crescente, a competição por espaço
para viver e a complexidade do mundo mortal.
Respeitarás o Território do Próximo
A prática
deste trecho da Litania mudou durante os últimos séculos. Os humanos se
espalharam tanto que se tornou impossível para um indivíduo marcar seu
território com urina.
Ao entrar em
território alheio, os visitantes ou imigrantes Lupinos precisam pedir permissão,
entoando o Uivo de Apresentação. Mas há Lupinos que vivem em cidades que consideram
pouco polido uivar em público e aceitarão receber um telefonema ou um fax de um
visitante.
Muitos Garou
mais jovens ignoram inteiramente este trecho da Litania, considerando-a “fascista”.
Aceitarás Uma Derrota Honrada
Os Lobisomens
admitem que são uma raça em extinção e que os duelos entre espécies ocorrem
naturalmente. Percebendo que uma rotina regular de batalhas até a morte não
serviria a qualquer outro propósito senão permitir o avanço da extinção, Alguns
Lobisomens incorporaram este elemento na Litania.
Em teoria, um
combatente Lupino pode decretar o término de um duelo expondo sua garganta. O oponente
está compromissado por honra a aceitar a rendição e o perdedor não sofre
nenhuma redução, embora o vencedor certamente possa adquirir conceito perante a
Tribo.
Na prática,
este elemento não é invocado com freqüência. Certas Tribos consideram a derrota
vergonhosa, e que se dane a Litania se diz o contrário. Muitos Lobisomens guerreiros
perdem respeito considerável entre seus pares quando se rendem.
Além disso, os
Guerreiros Lupinos são notórios por ignorar “acidentalmente” as rendições,
retalhando as gargantas que lhes são oferecidas.
Submeter-te-ás aos Lupinos de Posto Mais
Elevado
A natureza
lupina dos Lobisomens praticamente impõe uma estrutura hierárquica dentro de
sua sociedade. Por isso, implementaram os conceitos de Renome e Posto (veremos
mais adiante).
Dentro dos limites
da razão, qualquer requisição feita por um Lobisomem de Posto mais elevado deve
ser obedecida.
Mas muitos dos
jovens Hominídeos zombam da idéia de baixar as orelhas para um bando de
esquálidos, encurvados e rabugentos velhos alfas de caninos rombudos. Muitos Lobisomens
ignoram inteiramente este trecho da Litania e até argumentam com um sorriso
escarninho, porque motivo passariam as vidas inteiras se submetendo aos velhos.
Outros Lobisomens
igualitários defendem o direito de escolher a pessoa a quem respeitar. Muitos reforçam
este édito com garras de ferro.
Darás o Primeiro Quinhão da Matança ao de Posto
Mais Elevado
Este trecho da
Litania é muito defendido pelos velhos Lupinos e relutantemente aceita pelo
resto. A “Cláusula da Matança” também se aplica aos espólios de guerra, portanto,
em teoria, os fetiches mais poderosos da presa e coisas semelhantes devem ser
oferecidas ao Lobisomem de Renome mais elevado.
Por sua
própria natureza, as matilhas sujeitam todos os dogmas da sociedade Lupina à
interpretação. Poucas matilhas permitem que um membro receba a melhor parte
todas as vezes. Um Lobisomem que tente impor este édito provavelmente será
obedecido, mas deve estar preparado para aceitar as conseqüências de sua
ganância.
Não Comerás a Carne dos Humanos
Este trecho da
Litania foi o primeiro a ser cantado e sua inserção costuma ser creditada aos Lobisomens
mais sábios. Eles atentam para o fato de que os Lobisomens que consomem
habitualmente carne humana costumam ser infectados pela corrupção.
Por outro
lado, os canibais enfrentam muitas dificuldades caçando e matando as caças mais
difíceis, como ursos, rinocerontes entre outros. Além disso, nos tempos
modernos, esta regra passou a servir uma função semelhante às “Leis Kosher”,
que regem a alimentação dos judeus. As dietas carregadas de química dos humanos
modernos tornam sua carne mais azeda e insalubre.
Alguns Lobisomens
fazem pouco deste trecho da Litania. De fato, caçam e devoram humanos com freqüência.
Embora não gostem de admitir isso, muitos Lobisomens que sucumbem ao frenesi
acordam mais tarde com um gosto esquisito na boca.
Respeitarás Aqueles Inferiores a Ti, Pois Todos
São Filhos da Mesma Força de Vida
Os Lobisomens
tendem a pensar em si mesmos em termos comunitários e, portanto, percebem que a
maioria das criaturas têm algo de bom a oferecer ao todo.
Esta Litania
recorda aos Lobisomens que eles foram criados como protetores do mundo. O ideal
cavalheiresco está muito em voga em algumas seitas e os Lobisomens que agem com
bastante noblesse podem adquirir Respeito.
Mas alguns Lobisomens
costumam obedecer a este édito apenas da boca para fora e o apagariam da
Litania se pudessem. Muitos Lobisomens cinicamente ridicularizam a situação
porque, como não há ninguém inferior a eles na hierarquia, não precisam
respeitar ninguém.
Muitas
assembléias tribais ignorarão um Lobisomem mais jovem, tomado pelo frenesi e na
forma Crinos, que mata impiedosamente um ser inferior, como um cervo ou um
humano.
Não Levantarás o Véu
Este talvez
seja o trecho menos violado da Litania. Não há realidade aqui. Os Lobisomens
estão cientes que são caçados. Os Lobisomens que desobedecem este édito morrem
pelas garras de seus irmãos.
O Véu é para
os Lupinos como a Máscara é para os Vampiros, ou seja, não revelar, jamais, sua
existência, a não ser que não se tenha outra escolha.
Não Serás Fardo Para Teu Povo
Nos tempos
antigos, um Lobisomem ferido, enfermo ou envelhecido era simplesmente feito em
pedaços pelos seus pares. Porém, com o tempo, passou a ser considerado mais digno
deixar que o próprio Lobisomem acabasse com sua vida.
Alguns Lobisomens
acreditam piamente na morte natural e defendem seus velhos contra os ataques perpetrados
por outras tribos. Alguns Lobisomens mais velhos ou feridos, particularmente
aqueles fracos demais para mudarem de forma, aceitam a vergonha de retornar à
sociedade humana ou lupina para morrerem.
Em Tempos de Paz, Poderás Desafiar Teu Líder a
Qualquer Momento
Embora os Lobisomens
sejam conhecidos por sua mentalidade voltada para a vida em matilhas, isto não
significa que precisem obedecer a seus líderes como escravos. Se não houver
nenhuma ameaça imediata pendente, um Lobisomem de Posto adequado pode desafiar
outro pela posição de liderança.
Para tanto, é
estabelecida uma espécie de competição. Se o desafiante vencer, ele assume o
comando, se perder, deve aceitar de bom grado as ordens do líder.
Um líder extremamente
forte e habilidoso costuma ser virtualmente imune a desafios. Algumas matilhas inescrupulosas
prestam uma série de desafios subseqüentes ao líder, cansando-o e desta forma
assegurando que pelo menos um membro da matilha obtenha a posição de liderança.
Certos líderes
ardilosos entre os Lobisomens já declararam estados contínuos de lei marcial.
Não Desafiarás Teu Líder em Tempo de Guerra
Certas
criaturas maculadas pela corrupção mostruosas em tamanho e poder, e nenhum Lobisomem
pode derrotá-las. Para combater tais criaturas com sucesso, é vital estabelecer
táticas de matilha, e a obediência é essencial para que essas táticas sejam bem
sucedidas.
Nas batalhas,
a palavra do líder é lei imutável. Um Lobisomem que desobedecer um superior será
destruído assim que as circunstâncias permitam.
Se estiver
claro que o líder é incompetente, corrompido ou sob o controle da magia, os juízes
da matilha costumam ignorar a insubordinação de um Lupino cujas desobediências
salvem uma matilha ou seita.
Infelizmente,
a esse insubordinado é negado qualquer Renome por violação técnica da Litania.
Essas são
algumas das chamadas “Leis” que imperam entre os Lobisomens. Como podem ver,
eles também têm suas regras que devem, ou deveriam, ser seguidas para sua própria
proteção.
Mais asiante,
veremos sobre Renome, Conceito, Posto e outros detalhes.
Walacionil Wosch
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