Minha infância não foi lá essas coisas, pois tinha uma tia que era (é) um demônio! Uma velha que atualmente tem seus 80 e tantos anos que nunca cansou de me atormentar, (Hoje não pode mais porque não moro mais com ela. AINDA BEM!)...
Ela era "casada" com um senhor que não se aproximava muito de mim, acho que para não entrar em conflito com ela, mas mesmo sem essa aproximação eu e minha irmã chamavámos ele de vô. Ela era (é, ainda atormenta a vida da minha mãe e irmãos) uma peste e me odiava sem explicação, com apenas 5 anos de idade eu já ouvia ela dizer que não chegasse perto dela que ela NÃO GOSTAVA DE MIM! Eu chorava horrores... Bem, voltando ao "meu avô", ele sempre gostou mais da minha irmã mais velha (que foi criada pela peste) dava presentes pra ela, bombons e eu chupando dedo - só olhando.
Ele era um cara super apegado com suas coisas, tinha ciúmes até de uma caixinha de madeira que ele guardava ferramenta e nós gostavamos de brincar com ela. Quando ele morreu senti bastante (Nem me pergunte porque), acho que eu tinha uns 13 anos, não lembro bem. O tempo foi passando e fomos nos acostumando.
O "vô" tinha um rádio que sempre escutava futebol, era esses radinhos à pilha que também pode ser ligado na tomada, exatamente igual ao da imagem. Bom, esse rádio ficou para nós e quando ele era vivo NINGUÉM pegava nele. Só para você entender melhor: A casa onde morava era bem antiga e tinha um corredor enorme (tudo é maior quando se é criança) ligando a sala à cozinha, nesse corredor havia a porta do quarto onde ele dormia.
Eu gostava de ouvir músicas enquanto tomava banho (o banheiro era na cozinha) e sempre saía de lá pro quarto de toalha, e quando terminavao banho levava o rádio para continuar ouvindo músicas enquanto me vestia. Eis que quando passo pelo corredor, sinto um calafrio e paraliso - não tenho coragem de olhar para dentro do quarto - fico lá com o rádio nas mãos, então para meu desespero escuto a voz dele dizendo:
"Lá vai ela com o meu rádio!"
Eu sai correndo só de toalha pro meio da rua, onde estava minha mãe conversando com uns vizinhos, gritei e contei a ela o que tinha acontecido apavorada e gaguejando, mas como sempre ninguém acreditou. Nunca mais eu quis saber desse rádio! Quando lembro disso dou muitas risadas, afinal é um fato engraçado (quando não é com você ¬¬), mas na hora só eu sei o MEDO que senti.
Hoje sei que isso ocorreu porque o espírito dele não se desligou da matéria, o apego era tão forte que nem a morte foi capaz de quebrar o vínculo que ele tinha com seus pertences.
Relato bem 'light' né?
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