Era uma quarta-feira de setembro, já era noite quando fui sair passear com o cachorro como sempre faço, fui até o hall, chamei o elevador e desci para a garagem e me direcionei para o portão da garagem.
Porém no meio do caminho, senti um calafrio percorrer minha espinha. "Que sensação estranha", pensei, com o pressentimento de estar sendo observado a cada passo que eu dava em direção ao portão de saída. Ignorei esse pressentimento e segui para fora do prédio, caminhei normalmente até chegar próximo a um poste de luz, onde um rapido clarão se mostrou em meio a noite escura, olhei para cima e identifiquei sua fonte, o poste começara a soltar fagulhas azuis de eletricidade. Novamente, um calafrio percorre minha espinha e tenho um leve pressentimento de estar sendo seguido, então paro e olho para a rua que estava um pouco escura naquela noite, parecia que faltava energia nessa rua, pois mais afrente, enxergava uma subida que se mostrava iluminada pelos postes de luz nela presentes e vi de relance um vulto num local coberto de sombras, achei que era coisa da minha imaginação, porque quando olhei mais atentamente, não vi nada, só sombra.
Continuei a andar até que meu cachorro parou e se virou para mim rosnando, algo que nunca havia ocorrido afinal, ele nunca rosnara para ninguém. Depois de alguns segundos, ele se virou e seguiu com a cabeça, olhando aparentemente para o nada, até um local escuro próximo a uma árvore e olhou para lá fixamente por algum tempo. Já estava com maus pressentimentos a esse ponto, então puxei o meu cachorro pela coleira e fui andando depressa de volta ao prédio.
Uma coisa me chamou atenção no caminho, uma casa pequena no caminho do meu prédio, com um interfone para indentificação preso a parede ao lado do portão da frente, toda escura, sinalizando que não havia gente na casa. O interfone começou a fazer um barulho de estática quando eu passei próximo a casa, um barulho de estática com uma distorcida voz misturada que com muito esforço pude entender o que dizia: "Não...s-se...assus...te...quando vi...ermos...te ver...ou-" e depois disso desligou do nada, como se nunca tivesse sido ligada. A esse ponto eu já estava um pouco assustado então caminhei rapidamente até meu prédio e quando cheguei na garagem corri até o elevador, pois tinha sentido novamente aquele calafrio me correr a espinha e com todas aquelas coisas estranhas acontecendo naquela noite, percebi que aqueles calafrios não eram um bom sinal, afinal eu já sabia que no espiritismo, o calafrio é sinal de que há um espirito por perto.
Por sorte quando cheguei o elevador já estava lá. Entrei correndo, apertei o botão do 4º andar e enquanto a porta se fechava, vi por uma fresta da mesma, um vulto que parecia uma mulher de cabelos longos, bem próxima a porta. Como ao chegar na garagem não havia ninguém além de mim e meu cachorro, supus que aquela...coisa não era daqui, subi com medo, esperando que chegasse até o 4º andar, onde esperaria estar seguro...
*KLANG*
O elevador deu um tranco e parou, então meu cachorro se pôs em posição de ataque e ficou olhando para a porta do elevador, que lentamente se abriu, como se algo ou alguém a estivesse forçando e lá estava ela a mulher que vi na garagem pela porta, era pálida e seus cabelos cobriam sua face, ela estava com uma mão na porta e outra próxima ao seu corpo, olhando para baixo, trajando um vestido branco longo, um pouco escurecido e... ela não era humana, ninguém poderia subir tão rapidamente 2 lances de escada e parar um elevador daquele jeito. Olhei rapidamente para a porta e vi que estávamos no 2º andar, não tinha jeito de escapar de lá, se eu corresse ela me alcançaria e aliás, como eu passaria? Ela me pegaria enquanto eu passava pela porta.
Eu estava ferrado, lá é que provavelmente eu teria meu fim, já que formas negras saiam das pernas da mulher e se direcionavam em minha direção e de meu cachorro, quando as formas chegaram e imergiram meu cachorro nas sombras, ouvi um som de ossos sendo quebrados e um guincho de dor, antes do silêncio total. Eu estava paralisado de medo, eu iria morrer ali mesmo, de um jeito muito doloroso, porém antes de eu ficar imerso na escuridão, a mulher levantou a cabeça e em seu rosto pude ver um leve sorriso se formando no canto de seus lábios, então as sombras me alcançaram e agora não enxergo mais nada, a dor já passou e não sinto mais meu corpo, me sinto muito leve e agora vago pela escuridão procurando explicações para o que ocorreu hoje... tudo por ignorar esse mal pressentimento que tive.
Fonte: http://macacosatanico.blogspot.com.br/
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