Você provavelmente estudou sobre a Idade Média, ou como ela também é conhecida: Idade das Trevas. Talvez na época você fosse uma criança, ou adolescente, e a professora não queria te chocar – ou desconhecia o assunto profundamente -, então provavelmente deixou de fora a parte mais pesada da coisa, que incluía torturas maníacas como nunca se viu, e que só devem encontrar paralelo nos delírios de Stalin, Pol Pot, ou dos carcereiros de Abu Ghraib.
Também existiu o que ficou conhecido como Index Librorum Prohibitorum, que era uma lista de livros proibidos pela Igreja na época, administrada pelo Santo Ofício (que parece menos inócuo chamado por seu nome mais conhecido: Inquisição), que não por coincidência foi criado na mesma época que o protestantismo começou a assombrar a supremacia dos Católicos, por volta do século XVI. Para você ter uma idéia do atraso da Igreja, ela só foi abolir oficialmente o Index – que incluía em suas proibições, gente como os escritores Voltaire, Alexandre Dumas e Jean-Paul Sartre, e os cientistas Galileu Copérnico, Descartes e Pascal – no ano de 1966.
Mas essa escuridão cultural e conservadora foi uma das facetas mais amenas da Igreja Católica na Idade Média. Os piores momentos foram reservados aos distintos senhores responsáveis pelo Tribunal de Santo Ofício! Inicialmente, de acordo com relatos históricos medievais, a Inquisição foi criada para combater o sincretismo religioso, em 1184, que unia a fé católica a cultos pagãos e realizavam adivinhações utilizando coisas como plantas.
Mas as atribuições da Inquisição foram se tornando cada vez maiores. Além de iniciar uma campanha – é necessário que se entenda que mesmo tendo uma organização unificada, com um representante perante o Papa, os Tribunais eram mais ou menos independentes, assim como os Poderes Judiciários de hoje, sendo instalados onde tinham focos de heresias e outros pecados – contra o sincretismo, a Inquisição ficou a cargo de julgar crimes/pecados como heresias, adultérios, feitiçaria (esse levou muita gente pra fogueira), além de colocar a culpa nessa gente de toda a sorte de desgraça que ocorria no local em que estava instalado o Tribunal.
Logicamente, com tamanho poder, os Tribunais impunham punições políticas e econômicas, de forma a aumentar a expansão da Igreja na época. Dessa forma, as penas mais leves, geralmente vistas como alívio, era o confisco de bens, além de flagelos públicos, e desfiles com roupas de hereges. Com a vasta quantidade de penas aplicada, não é difícil entender porque a Igreja foi relativamente a instituição mais rica da história. Com ela, enriqueciam os reis que a apoiavam, como era o caso dos espanhóis.
E os relatos dizem que os Inquisidores eram eficientes. O mais famoso deles, o espanhol Tomás de Torquemada, foi o responsável por diversas campanhas contra judeus e muçulmanos na Espanha. E para chegarem a esse nível de eficiência, os inquisidores – a exemplo dos homens responsáveis pelo Gulag – eram criativos. Necessitavam espalhar o terror para que todos tivessem medo deles, e para isso abusavam de instrumentos sem precedentes na história humana, com o intuito de causar dor extrema, sem, contudo, matar o herege, dando tempo pra ele confessar seus pecados (ou dizer onde escondeu a herança dos avós dele)!
Dizem que a tortura nessa época não era tão comum quanto a gente pensa, mas fica difícil afirmar isso após dar uma olhada nessa lista de aparelhos que parecem ter saído de uma filme de Hellraiser, ou Jogos Mortais.
1. O Arranca-Seios
Este é um instrumento usado primordialmente em mulheres, geralmente acusadas de abortos ou de adulterarem. Seu uso era simples, e consistia em esquentar o aparelho numa fogueira, prende-lo no seio exposto da vítima, e depois arranca-lo vagarosa ou lentamente, dependendo do que o inquisidor queria causar. Logo depois se deixava a mulher sangrando para que pudesse morrer de hemorragia, ou que fosse levada a loucura pela dor.
2. A Serra
A imagem já explica toda a diabrura desse instrumento, mas tem um adendo: o fato da vítima ser virada de cabeça pra baixo tem uma explicação científica. Com o sangue descendo todo para o cérebro, a vítima não desmaiava enquanto sofria de dores extremas, como é normal no corpo humano. Ao invés disso, ela só morria quando a serra chegava no abdômen, quando os serradores paravam, e esperavam que a pessoa terminasse sua agonia, o que poderia durar horas. Seu uso era muito incentivado pelo fato de serras serem baratas e facilmente encontradas em muitos cantos.
3. O Berço de Judas
Esse instrumento era um pouco mais elaborado que o clássico empalamento popularizado por Vlad, o Drácula, mas parece muito pior, devido a lentidão com que a dor era infringida. A vítima era colocada com o ânus ou a vagina sobre a ponta do berço e era lentamente baixada através de cordas amarradas a ela. Parece simples, mas existe agravantes aí. Se ela demorasse a morrer – o que poderia levar dias – poderiam ser amarrados pesos nas suas pernas, para dar uma acelerada no processo. Mas se quisessem o efeito contrário, a vítima sofria sozinha. Fora que nunca lavavam o aparelho, o que produzia infecções dolorosas.
4. O Rack
A vítima era colocada nessa mesa, e cordas eram amarradas nos seus membros superiores e inferiores. Um algoz se punha a enrolar a corda vagarosamente, até que as articulações se deslocassem, o que causava dor extrema na vítima. Alguns algozes mais afoitos chegavam a arrancar braços e pernas, matando por hemorragia. Mais tarde foram incorporadas lanças para estocar a vítima enquanto ela ia sendo esticada…
5. A Pêra
Esse era o instrumento favorito a ser usado contra adúlteras e homossexuais. Esse aparelho era inserido no ânus ou na vagina (ou boca, se ele fosse um mentiroso) da vítima e através daquele engenho na ponta, ele se abria em duas partes ou mais partes, dilacerando o interior do inquirido. Raramente levava a morte, mas na verdade ela era, geralmente, apenas o início das dores do acusado.
6. O Corta-Joelhos
Os joelhos do acusado eram colocados no meio dessas garras, para serem esmagados lentamente. Às vezes, o aparelho – um dos preferidos pelos espanhóis – era aquecido, para aumentar a dor da vítima. Outras partes do corpo eram colocadas nas garras, como os pulsos, cotovelos, braços, ou as pernas. A idéia era inutilizar as articulações da vítima, ou o método servir como o início da tortura, visto que não era mortal em grande parte dos casos.
7. O Triturador de Cabeças
Outro preferido e aperfeiçoado pelos espanhóis! A cabeça do inquirido era coloca numa barra de ferro, com o queixo apoiado na barra – algumas tinham recipientes especiais para os globos oculares – enquanto seu crânio era lentamente esmagado. O primeiro a quebrar era o maxilar, e algumas dezenas de minutos depois, a morte, após dores lancinantes. O cérebro às vezes escorria pelo nariz, ou pelas orelhas no processo, podendo o método ser usado como tortura, caso o algoz escolha ficar horas parado, apenas fazendo perguntas.
8. Empalamento
Drácula, ou Vlad, O Empalador; foi o inventor desse aqui, na Romênia do século XV, de acordo com a tradição. A vítima era colocada sobre uma estava grande e pontuda. O tempo entre o início da punição e a morte, levava em torno de três dias. Alguns carrascos tinham cuidado para que a estaca entrasse no ânus e só saísse acima do queixo da vítima, o que aumentava a dor da vítima. Acredita-se que Vlad fez isso em torno de 20.000 a 300.000 vezes.
9. Dama de Ferro
Provavelmente o mais famoso e conhecido método de tortura medieval. A vítima era colocada dentro dessa câmara de madeira cheia de pregos e superfícies pontudas, que continha uma abertura para que se pudesse interrogar a vítima, ou enfiar facas. Os pregos de dentro da Dama não atingiam os pontos vitais, com o intuito de atrasar a morte do torturado. Geralmente as regiões furadas eram os olhos, braços, pernas, barriga, peito e nádegas.
10. Mesa de Evisceração
O torturado era deitado numa superfície com os pés e mãos imobilizados e logo acima dele existia uma manivela com espinhos. Um carrasco fazia uma incisão na altura do estômago e com um gancho preso a uma corrente, e através dele era retirado um pedaço do intestino, que era preso na manivela. Aos poucos a manivela era girada, e o intestino era enrolado nela.
Fontes: Wiki e http://mrdiggs.wordpress.com/
O.o dá medo em saber que os padres (que deveriam ser bonzinhos e piedosos como seu líder) faziam isso.
ResponderExcluirNum é Gabriel! O mal, as vezes, está ao lado e nem desconfiamos O.o
ExcluirAdorei o material hein...Isso prova o quanto os seres humanos podem ser perversos...To preparando uma série de postagens sobre antigos métodos de execução...o primeiro vai ser postado sexta feira...segue mais ou menos o mesmo tema da tua postagem...
ResponderExcluirParabéns de novo...dá gosto ter vc como parceira!!!
Ownnnn Obrigadaaaaaa :DDDD
ExcluirFico muito Feliz! Pq tb adoro o Noite Sinistra. ^^
*AGONIA*
ResponderExcluirCara, exatamente o contrário este primeiro parágrafo. Culpa-se a Igreja e chamam de idade das trevas, mas houve muito desenvolvimento neste período. Esta história foi inventada no período iluminista para engrandecer seus feitos. Estudando epistemologia da ciência, matéria presente nos primeiros semestres de muitos cursos de graduação, não é difícil de entender a postura totalmente anticientífica de galileu. Não é porque ele estava certo que ele estava fazendo boa ciência. Posso falar uma loucura agora que mais tarde pode se revelar correto, mas sem evidência alguma não terei muito crédito.
ResponderExcluirNa verdade a Igreja gostou muito da ideia do heliocentrismo e alguns teólogos estava dispostos a buscar suporte nas escrituras cristãs para a ideia ressurgida por Galileu. Porém a Igreja pediu para que ele não afirmasse ser certo algo que ele não pudesse provar e achou que seria mais cauteloso deixar a escritura de fora de uma ideia que não tivesse bases firmes, como o heliocentrismo. Então foi pedido a Galileu simplesmente escrever um livro comparando os dois modelos e listando evidências, mas sem afirmar o que ele não poderia provar.
A real acusação de Galileu foi, no livro citado acima, ter gozado o papa da época em um dialogo fictício onde ele usou palavras ditas pelo papa e subentendia-se do dialogo que o heliocentrismo fosse verdadeiro e incontestável. Nesta parte pode-se contestar a Igreja por seu líder poder acusar alguém de ridicularizá-lo. Porém Galileu nunca foi torturado nem julgado até porque ele era amigo pessoal tanto do papa quanto do rei.
Mas bem lembrado que a inquisição não era unicamente da igreja, nem criação desta. Foi uma parte importante do desenvolvimento do nosso sistema judiciário. Foi um período de transição onde antes o sistema judiciário era muito rudimentar e depois já se sabia que de pouco valia confissões feitas sob tortura. Apesar de nos parecer óbvio atualmente, este ovo de colombo foi desenvolvido neste período, que não foi de tão mais trevas do que qualquer outro período da história. Nos reinos antigos não existia julgamento, alguém dito culpado pagaria imediatamente. Também não existia cadeias, pois a ideia de um centro de recuperação para criminosos também é posterior. Então hoje nos parece bizarro a inquisição, mas ela foi muito mais avançada do que o que existia antes e sua evolução resulta no sistema que temos atualmente. E a inquisição católica tinha pouco poder de execução da pena, apenas de julgamento. A pena cabia geralmente ao estado.
ótima matéria..irei postar na minha pagina..parabéns medo sensitivo...
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