O Caso Ummo foi o mais famoso caso ufológico espanhol, com ramificações em vários países (França e Argentina, dentre outros). Supostos extraterrestres, que ficaram conhecido como "ummitas", teriam chegado ao nosso mundo em 1950, iniciando uma série de contatos visuais com os espanhóis. Suas naves tinham um grande símbolo, parecido com "]+[", que se proliferou nos meios esotéricos e ufológicos a partir das mensagens "recebidas" pelo "contatado" Fernando Sesma.
Os "ummitas", ao longo de muitos anos, disponibilizaram inúmeros textos (distribuídos a partir de seus contactos) que abordavam temas vinculados à física, astronomia, química, sociologia, política e biologia, dentre outros tópicos, recheados de conceitos revolucionários. Várias novas teorias foram apresentadas; foi utilizada linguagem científica (inclusive fórmulas matemáticas) em muitos desses escritos. O alvoroço na comunidade de pesquisadores foi grande, como era de prever-se; os documentos "UMMO" estariam apresentando novos enfoques a conceitos que já eram de conhecimento da humanidade. Ainda segundo os textos, os "ummitas" teriam constituição física bastante semelhante à nossa (ao menos externamente) e seriam provenientes da estrela WOLF 424, localizada a 14 anos-luz de nosso sistema. Porém, agora se sabe muito bem, tudo não passou de uma farsa extremamente bem arquitetada e orquestrada, que teve resultados funestos e inesperados. E tudo começou por um psiquiatra espanhol...
Nos meados da década de 50, José Luis Jordán Peña elaborou a teoria de que a paranóia estava muito mais difundida entre a população do que os psiquiatras da época admitiam. Jordán Peña acreditava que não menos de 79% da população sofria de algum manifestação dessa doença e resolveu demonstrar a validade da sua teoria através de uma experiência que ficou conhecida como O Caso Ummo – a estória de alienígenas altos, loiros e amigáveis que haviam aterrissado perto da localidade francesa de Digne. A crença em superstições tais como astrologia, discos voadores, espiritismo, chamanismo, etc, era considerada como prova desta paranóia pelo psiquiatra espanhol.
Um crente do conceito da "paranóia sistemática", Jordán Peña foi além de somente externar a sua opinião. Não se limitou à estrutura teórica, mas criou marcas de uma aterrissagem falsa no subúrbio de Aluche (Madrid) e a estória dos "ummitas" tomou corpo a partir deste acontecimento, em fevereiro de 1966. Com algumas amostras de fluoreto de polivinil (que conseguiu de contatos – na época era um produto experimental da NASA e não era conhecido na Espanha) adicionou mais alguns tons de veracidade para os acontecimentos narrados. Outra etapa do plano, as fotos relativas às presumíveis "naves extraterrestres de UMMO", e enviadas a jornais anonimamente, foram elaboradas por Vicente Ortuño, seu cúmplice. Foram feitas com uma maquete de disco voador com dois pratos de plástico. Depois disso, deslocaram-se para a zona das castelos em San José de Valderas, para iniciarem a trucagem.
Na terceira etapa, foi criado o material científico ditado pelos "ummitas" – informações a respeito de suas sociedade, organização e opinião em forma de relatórios didáticos que visavam familiarizar os seres humanos com sua cultura e a suas perspectivas sobre nossos mazelas, tais como a guerra, a desigualdade, etc. Estes relatórios foram transmitidos, alegadamente, por meio do ditado a um datilógrafo humano (a quem foi ordenado nunca tentar o contato com os endereçados), e emitidos então aos cientistas, aos filósofos, e jornalistas, que, nos critérios de "ummitas", poderiamos compreender e bem utilizar. Telefonemas dos "ummitas" para crentes embasbacados também foi um recurso usado.
Clubes de estudiosos da "ummologia" foram abertos em vários países, contanto com o apoio de alguns cientistas, como o astrofísico francês Jean Pierre Petit. Muitos livros foram escritos sobre os "ummitas" e suas mensagens, podendo ser encontrados até mesmo no Japão. As mensagens se alastraram pelo mundo e deram substância a "ummologia" que teve seu primeiro simpósio em Barajas, Espanha, em junho de 1971.
Porém com o crescimento do fanatismo e das práticas abusivas de seitas perigosas tipo "Os Amigos e Irmãos dos Ummonitas"; "Fraternidade Cósmica"; "DEI-98"; "Edelweiss" que, com requintes sádicos marcava o "Símbolo de Ummo" em crianças, com ferros em brasa; "Pirophos", seita pseudo-hinduista que recrutava para seus membros advogados, bancários e economistas, para, em sessões sexuais sado-masoquistas, justificarem-se com sendo de "estudo científico de tipologia sociológica"; a experiência de Peña fugiu totalmente do controle deste, fazendo com que o mesmo viesse a desnudar sua mentira em 1997. O perpetrator da fraude assinou sua própria confissão em um artigo intitulado UMMO: OUTRO MITO QUE DEVE CAIR para o "La Alternativa Racional", um equivalente ibérico do The "Skeptical Enquirer".
Uma farsa, com diversos colaboradores, inocentes ou não, foi mantida por mais de 30 anos. Ainda há envolvimentos não muito bem explicados, como uma possível utilização das mensagens "ummitas" por agências de inteligência. Porém, mesmo com a confissão do autor, ainda há pessoas que acreditam nos "ummitas" e alguns ufólogos conhecidos atestaram a veracidade do caso.
Durante 30 anos pessoas se recusaram a aceitar o simples argumento de que Wolf 424 era uma anã marrom e ainda em sistema duplo, o que tornaria altamente inviável a existência de planetas em sua órbita, quanto mais de, na existência desses, o suporte às condições de vida nos padrões humanóides terrestres. Um caso para refletir sobre as motivações não só dos que perpetraram a farsa, mas também das outras que acreditaram e ainda foram além ... e de quanto de fé cega envolve muitas das estórias ufológicas
Fonte: http://aventureirododesconhecido.blogspot.com.br/
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