As 10 mais Incríveis Auto Cirurgias do Mundo

Auto cirurgia, apesar de não figurar nos dicionários, é o ato de realizar procedimentos cirúrgicos em si mesmo. Algumas vezes é uma necessidade em situações emergenciais e em outras apenas falta de bom senso. A lista à seguir inclui 10 destes corajosos, mas nem sempre prudentes, atos. Não serão mencionados os casos de auto castração ou auto mutilação, apesar de ocorrerem com muito mais freqüência.
10. BIÓPSIA


A Dra Jerri Nielsen, nascida em 1952, é uma médica estadunidense com grande experiência em tratamentos de emergência. Em 1998 ela foi contratada como a única médica da estação polar Amundsen-Scott, no Pólo Sul.

No começo de março de 1999 ela descobriu um caroço no seio direito. Depois de consultar-se com especialistas através de e-mail e vídeo conferência ela realizou sua própria biópsia. Infelizmente o resultado foi inconclusivo, pois ela não tinha disponível materiais médicos adequados para efetuar a coleta.

Um avião militar foi enviado com suprimentos médicos e medicamentos quimioterápicos que foram soltos no ar, com um pára-quedas. Com o novo material ela fez novamente o procedimento cirúrgico para a coleta de material, que foi enviado para os EUA. Infelizmente ela estava com câncer de mama. Com ajuda da sua equipe médica improvisada ela começou a fazer quimioterapia.

Muitos antes da data agendada, em outubro, uma aeronave militar foi enviada para levá-la para casa.
Apenas depois de diversas cirurgias, complicações e uma mastectomia seu câncer entrou em remissão.

Jerri passou a realizar palestras motivacionais e escreveu um livro sobre a sua experiência. O livro Ice Bound foi depois adaptado para um filme feito para TV em que Susan Sarandon estrelou no papel de Jerri.

9. TREPANAÇÃO


Amanda Feilding, uma artista britânica nascida em 1943, sofria de uma doença que a deixava constantemente exausta e passou anos procurando um médico que fizesse a cirurgia em sua cabeça, que consiste em efetuar um orifício no crânio para melhorar a circulação sanguínea no cérebro.

Quando tinha 27 anos ela desistiu da procura e decidiu fazer o procedimento sozinha. Equipada com uma broca de dentista operada por pedal e usando óculos que evitavam o sangue entrar em seus olhos, ela primeiramente usou um bisturi para fazer a incisão inicial. Enquanto furava o próprio crânio ela tinha que submergir a broca para resfriá-la.

Apesar de ter perdido quase um litro de sangue ela ficou satisfeita com a sua auto-cirurgia. Depois de algumas horas ela sentiu uma elevação e relaxamento. Ela disse: “Eu saí e comi um filé no jantar e, em seguida, foi a uma festa.”

8. EXTRAÇÃO DE UM PROJÉTIL


Deborah Sampson (1760 – 1827) se alistou em 1782 no exército Continental de Massachusetts, nos EUA, com o nome falso de Robert Shutleff, fingindo ser um homem. Após ser levada para um hospital depois de ter sido ferida em uma batalha ela fugiu para que não descobrissem que ela era uma mulher.

Com um canivete e uma agulha de costura ela removeu a bala de sua virilha e fechou o ferimento. Depois de se recuperar ela voltou para o seu regimento.

Na outra vez em que se feriu seu médico descobriu que Robert era na realidade uma mulher e em 1783 tomou as providências para que ela fosse exonerada.

Devido aos seus ferimentos Deborah passou a receber pensão do governo dos EUA. Em 1838 o Congresso daquele país aprovou uma lei especial que permitiu que seus herdeiros recebessem sua pensão.

7. APENDICECTOMIA E REPARO DA HÉRNIA INGUINAL


O Dr Evan O’Neill Kane (1862 – 1933) foi um pioneiro da medicina e chefe de cirurgia do Kane Summit Hospital, na cidade de Nova York. Evan queria provar ao mundo que a anestesia geral era freqüentemente desnecessária para procedimentos pequenos. Para chegar ao seu objetivo ele decidiu operar em si mesmo utilizando apenas anestesia local.

Com mais três cirurgiões na sala de operações, por precaução, ele utilizou um espelho sobre o seu abdômen e fez a grande incisão, necessária na época, para a remoção do próprio apêndice.

Mais tarde, quando tinha 70 anos de idade, ele realizou em si mesmo uma cirurgia bem mais complexa e reparou a sua própria hérnia inguinal. Por causa da proximidade com a artéria femoral essa operação é bastante delicada, mas Evan a realizou em apenas duas horas.

A foto acima é da cirurgia de hérnia, durante a qual Evan esteve muito relaxado chegando até a fazer piadas quando chegou a milímetros da artéria femoral.

6. LITOTOMIA (RETIRADA DE PEDRAS DE ÓRGÃOS INTERNOS)


Esta história vivida pelo ferreiro Joannes Lethaeus, nascido aproximadamente em 1620, foi narrada pelo médico alemão e prefeito de Amsterdão Nicolaes Tulp no seu livro Observationes medicae. Acima segue a ilustração retirada do livro que mostra a faca utilizada e a pedra extraída.

Com a ajuda de seu irmão que segurou o seu escroto para o lado, Joannes fez uma incisão no próprio períneo por onde removeu a pedra que pesava 115g e tinha o tamanho de um ovo. Como ela foi retirada da sua bexiga o órgão obviamente rompeu-se durante a operação. Mais tarde um curandeiro suturou seu ferimento que inchou e formou úlceras, não havendo chance de recuperação.

5. AMPUTAÇÃO DO BRAÇO DIREITO


Em setembro de 2007 Sampson Parker estava utilizando uma colheitadeira no seu milharal, nos EUA, quando observou que a máquina havia travado por causa alguns pés de milho que ficaram presos nas engrenagens. Com a máquina ainda funcionando ele tentou retirar a obstrução quando sua luva ficou presa em uma polia que, em seguida, puxou a sua mão. Ele gritou por socorro, mas não havia ninguém para ouvir em Kershaw County.

Ele tentou se livrar da máquina por mais de uma hora e a cada momento que passava ficava mais preso. Ele conseguiu alcançar uma barra metálica que enfiou nas engrenagens para tentar parar o motor. Quando seus dedos adormeceram ele tirou um canivete do bolso e começou a amputá-los para se libertar. Mas o atrito entre o metal com o motor ainda em funcionamento gerou fagulhas que fizeram a colheitadeira incendiar com Sampson preso nela. Ele sabia que teria que cortar seu braço para poder sobreviver. Após cortar a pele e toda a musculatura ele usou seu próprio peso para quebrar o osso e se separar da máquina.

Quando ele se libertou entrou em sua caminhonete e atravessou-a no meio da estrada, forçado o próximo veículo a parar. Finalmente um bombeiro que estava de passagem parou e chamou um helicóptero para socorrê-lo. Sampson passou três semanas em um centro de queimaduras antes de voltar para casa.

4. APENDICECTOMIA


O médico soviético Leonid Rogozov (nascido em 1937), aos 27 anos foi alocado na base Novolazarevskaya, na Antártica. Após reconhecer os sinais de uma apendicite aguda e sabendo da impossibilidade de resgate por causa do clima inclemente ele temeu que seu apêndice pudesse se romper, acabando com sua vida. A única saída seria ele realizar a própria cirurgia com um meteorologista segurando os separadores, o motorista da equipe segurando o espelho e mais alguns cientistas passando os instrumentos.

Apesar de ter desmaiado uma vez durante o procedimento ele conseguiu realizar a cirurgia em si mesmo em menos de duas horas. O Dr. Leonid fez um relatório detalhado do evento incluindo a foto acima. O médico se recuperou completamente e retornou ao trabalho em duas semanas.

3. AMPUTAÇÃO DO BRAÇO DIREITO


Douglas Goodale (1965), um pescador de lagostas do Maine, nos EUA, estava resgatando suas armadilhas de lagosta do fundo do mar em 1998. Quando ele puxava a primeira armadilha uma grande onda acertou seu barco e afrouxou a corda que ficou presa na polia. Quando ele foi desligar a máquina para desenrolar a corda, sua manga ficou presa na manivela. Em poucos segundos a manivela prendeu sua mão e braço.

Sozinho e sem a possibilidade de se libertar de seu barco, do qual estava pendurado no lado de fora, ele usou seu outro braço para levá-lo novamente para dentro do barco. Por causa da posição em que seu braço estava preso ele teve que separar a articulação do ombro provocando uma dolorida luxação. Mas a única maneira de se libertar seria cortando seu braço, o que fez com uma faca. Douglas ainda conseguiu pilotar seu barco até o porto para conseguir socorro médico.

Nem mesmo a falta de um braço manteve Douglas longe das temporadas de pesca de lagosta com seu barco de madeira de 35 pés. Ele também foi presenteado em rede de TV pelo programa “Extreme Makeover: Home Edition” onde mil voluntários ajudaram a construir para Douglas uma casa de U$ 500 mil feita de troncos de madeira, que substituiu seu velho trailer. Quando Douglas ainda estava na emergência ele disse para a esposa: “Ao menos ainda tenho a minha aliança de casamento.”


2. AMPUTAÇÃO DE BRAÇO DIREITO


Em 2002 Aron Ralston (1975) estava escalando um cânion sozinho nos EUA quando uma grande rocha caiu sobre ele prendendo seu braço direito. Depois de cinco dias preso tentando levantar ou quebrar a pedra, ele descobriu que teria que amputar o próprio braço. Mas infelizmente o seu canivete estava com a lâmina cega e torta de tanto bater contra a pedra.

Ele então percebeu que antes teria que quebrar os ossos do braço pouco acima do pulso antes de cortar o tecido mole com a lâmina pequena e os tendões com o alicate. Tudo isso enquanto estava desidratado e delirante. Mas a parte mais difícil e extremamente dolorosa foi cortar os nervos, que segundo Aron tinham a aparência de espaguete. Finalmente livre ele ainda teve que andar 13 km e fazer rapel em uma encosta de 20m para chegar a sua caminhonete. Ele recebeu água e comida de outros atletas que encontrou e foi levado ao hospital St. Mary, no Colorado, para cirurgia e remoção do seu braço na altura do cotovelo.

Algum tempo depois as autoridades locais removeram o braço debaixo da pedra, o cremaram e entregaram a Aron. Mais tarde Aron retornou à pedra e deixou lá as cinzas. Ele ainda gosta muito de escalada e o faz com a ajuda de uma prótese no lugar de seu braço.


1. CESAREANA



Inês Ramírez Pérez (1960) vive na área rural do México conhecida como Rio Talea, em uma comunidade de 500 pessoas com apenas um telefone. Em março de 2000 a mulher de 40 anos e mãe de sete crianças entrou em trabalho de parto na sua cabana. Depois de 12 horas de trabalho de parto e pouco avanço ela decidiu operar em si mesma para evitar outro filho natimorto, como ocorreu na gestação anterior.

Depois de tomar uns goles de bebida alcoólica ela pegou uma faca de 15cm e começou a cortar pele, gordura e músculo até, depois de uma hora, chegar no útero e retirar o seu filho que chorou imediatamente depois de inspirar pela primeira vez. Ela cortou o cordão umbilical com uma tesoura e desmaiou. Quando ela ficou consciente enrolou roupas ao redor do seu abdômen e mandou seu filho de seis anos buscar ajuda.

Muitas horas depois o responsável pela saúde do povoado chegou e encontrou Inês alerta ao lado de um bebê saudável. Depois de viajar muitas horas de carro ela chegou ao hospital onde teve que passar por diversas cirurgias para corrigir os danos sofridos em seu intestino durante a sua auto-cesareana. Depois de ser liberada do hospital ela se recuperou completamente.

Inês é a única mulher da qual se tem notícia que conseguiu realizar a própria cesárea com sucesso. Seu caso foi publicado na edição de Março de 2004 da revista científica International Journal of Obstetrics and Gynecology.



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