Canibalismo em Garanhuns

“Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido.
Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente...”


A Polícia Civil de Pernambuco informou que uma das três pessoas acusadas de matar e praticar canibalismo em Garanhuns (230 km do Recife) recheava empadas com carne humana e as vendia nas ruas da cidade. Os acusados, que foram detidos na última quarta-feira (11/04). Pelo menos três mortes em rituais macabros são atribuídas ao grupo, que mantinha um triângulo amoroso.

Segundo o delegado, a vendedora de empadas seria Isabel Cristina Pires da Silveira, 51. Ela confessou em depoimento que colocava restos da carne humana das vítimas nos salgados vendidos pela cidade. “Uma pequena quantidade de carne desse ritual que o trio realizava servia para rechear essas empadas. Ela era vendedora ambulante conhecida aqui na cidade. Ela vendia em bares e restaurantes, circulando pelas ruas. Com certeza muita gente comeu empada vendida por ela”, disse o delegado.

De acordo com a polícia, eles comentaram que agiam por orientação de uma voz que indicava mulheres que supostamente “não prestavam” e que estariam “superpovoando a Terra”. Todas as vítimas tinham filhos.

“Polícia encontrou carne humana na geladeira da casa dos assassinos, confirma delegado.”

Segundo o delegado Wesley Fernandes, que está à frente do caso, durante o depoimento de Isabel Cristina, ela confessou que parte dos salgados – coxinhas, risoles, empadas, entre outros – que ela fazia para vender na cidades eram recheados com a carne das vítimas. “Depois que eles esquartejavam, a carne era congelada, desfiada e também utilizada para alimentar a família, inclusive dando partes dos corpos para a criança que morava com o trio. Além disso, segundo Isabel, a parte preferida era o coração das vítimas. Mas nada sobrava. Eles também usavam o fígado e os músculos das pernas que eram fervidos e ingeridos, numa espécie de ritual macabro”, explicou o delegado. A polícia acredita que esse mesmo ritual foi feito também com outras vítimas.

“Ela dizia que o pai matava aquela gente, cortando a cabeça fora, depois enterrava os restos para que o "papai do céu" terminasse de matar ela - afirma o delegado que a menina de apenas CINCO ANOS disse a depoimento à ele”

Até essa quinta, acreditava-se que o nome de Bruna Cristina, amante de Jorge há sete anos, era Jéssica Camila da Silva, de 22 anos. Mas essa pode ter sido a primeira vítima do grupo. Depois do assassinato, Bruna assumiu a identidade da jovem, que morava em Rio Doce, Olidna, Região Metropolitana do Recife. A menina de 5 anos que morava com os acusados pode ser filha de Jéssica. A polícia ainda investiga outros cinco homicídios que podem ter sido praticados pelos três. Elas foram assassinadas, esquartejadas e enterradas no quintal da casa dos assassinos.

A menina de 5 anos, que também era alimentada com carne humana, foi a que revelou aos policiais o lugar aonde os supostos pais matavam e enterravam suas vítimas. Quando a polícia chegou na residência foi recebida pela criança, que mostrou aos policiais, “o local onde os pais mandavam as pessoas para o inferno”. Ela foi levada para o Conselho Tutelar da Cidade e os acusados, Jorge Negromonte, Isabel Cristina e Jessica Camila foram encaminhados para a 2ª Delegacia, onde confessaram ter cometido o crime.

E Como se não bastasse o assassino ainda fez um livro com detalhes da morte das vítimas! Sim um livro! Na casa onde o trio vivia, em Garanhuns, a polícia também encontrou um livro com vários relatos macabros da morte. De título de Revelações de um Esquizofrênico. Com frieza, Jorge Negromonte registrou cada passo dessa atrocidade em 34 capítulos distribuídos em 54 páginas de ofício. Com direito a ilustrações demoníacas, sumário, biografia e um roteiro de magia negra, o acusado relata como matou as vítimas e o prazer em acabar com, o que ele chama de “adolescentes do mal”.

Confira só uma parte desse livro em que o NE10 teve acesso:

CAPÍTULO XXVI
A DIVIDIDA
Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontra com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo.
Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido.
Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente...

“Quando chegamos até a casa, uma criança de apenas cinco anos – filha dos acusados Jéssica e Jorge – mostrou à polícia onde os pais enterravam gente”

Isso foi o que afirmou o delegado, sobre o que disse a suposta filha de 5 anos do casal. E de acordo com Isabel, o trio ainda estavam buscando uma terceira vítima! Para a surpresa da polícia, com o início das escavações no quintal da casa, outro corpo também foi localizado na cova. Trata-se de Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, que estava desaparecida desde o dia 12 de março de 2012.

Em entrevista, Celma Maria Leandro da Silva, 42, mãe de Alexandra da Silva (vítima), tinha esperança de encontrar a filha ainda viva. Segundo ela, Alexandra saiu de casa no dia 12 de março, dizendo que ia resolver uma questão de emprego, já que uma mulher (que seria Isabel, uma as acusadas) teria lhe oferecido uma oportunidade de trabalho, enquanto pegava ônibus no centro da cidade.

As vítimas, Giselly Helena da Silva (desaparecida desde o dia 25 de fevereiro) e Alexandra da Silva Falcão (desaparecida desde o dia 12 de março) tiveram os corpos dilacerados e enterrados perto uma da outra, a cerca de um metro da porta da cozinha da residência. Alexandra e Gisele foram esquartejadas à faca.

O delegado explicou que as vítimas do grupo sempre eram mulheres, já que elas teriam “úteros malditos, que geravam filhos”. A atração das mulheres até os acusados se dava por meio de oferta de empregos, de que precisavam de uma babá, ou uma faxineira, para cuidar do local, ou da criança.

“Eles dizem que era um ritual para purificar a alma, pois a ‘Bíblia’ diria para matar e comer. E eles não podiam desperdiçar. Eles faziam igual carne de boi: esticavam na geladeira de casa, desfiavam e comiam. Segundo depoimento, a carne durava quatro dias até o consumo total”, disse.

Uma quarta vítima –uma jovem do município de Lagoa do Ouro-- já estaria com data certa para morrer. 

“Ainda bem que essa nova vítima escapou, mas já existia todo um plano para matá-la, da mesma forma das outras vítimas.”

Os três acusados foram à 2ª Delegacia de Garanhuns, prestando depoimento. Os três presos já foram encaminhados para presídios na região e estão à disposição da Justiça. Negromonte está detido na cadeia pública de Garanhuns, enquanto as duas mulheres foram levadas para Colônia Penal Feminina de Buíque.

“Quando a Bruna chegou ao presídio feminino, ao ser oferecida a refeição, ela disse que não comia aquele tipo de carne, só comia carne humana. As outras presas de cela ficaram revoltadas, e já soube que as duas mulheres foram separadas para evitar problemas”, informou Wesley.

O depoimento dos acusados:





Fonte:  NE10 e Notícias UOL

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