De fato, o Gnosticismo designa um do movimento religioso Cristão que tornou-se bem conhecido durante os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga Gnose, com influências do neoplatonismo e dos pitagóricos. Este movimento reivindicava a posse de conhecimentos secretos que, segundo eles, os tornava superiores aos cristãos comuns desprivilegiados do mesmo. Originou-se provavelmente na Ásia menor, e tem como base as filosofias pagãs, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. O gnosticismo combinava alguns elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas, como os mistérios de Elêusis, com as doutrinas do Cristianismo.
A palavra
gnose, tem por origem etimológica o termo grego "gnosis",
que significa "conhecimento". Mas não um conhecimento teórico e
empírico (a "episteme" dos gregos), mas de caráter intuitivo e
transcendental. Foi usada para designar um conhecimento profundo e superior do
mundo e do homem.
O termo
"Gnose" acabou designando nos tempos atuais um conjunto de tradições
que acreditam no aspecto espiritual do Universo e na possibilidade de salvação
por um conhecimento secreto. A Gnose é uma corrente de pensamento esotérica,
normalmente identificada com o misticismo oriental, Teosofia, cabala, rosa-
crucianismo e
maçonaria.
Doutrina gnóstica
O
gnosticismo tornou-se uma forte influência na Igreja primitiva levando muitos
cristãos da época como Marcião (160 d. C.) e Valentim de Alexandria a ensinar
sobre a cosmovisão dualista, premissa básica do movimento. Efetivamente, para
os gnósticos, existem dois deuses: o criador imperfeito, que eles associam ao
Jeová do Velho Testamento e outro, bom, associado ao Novo Testamento. O
primeiro criou o mundo com imperfeição, e desta imperfeição é que se origina o
sofrimento humano. Mas, o deus bom teve pena dos homens e dotou-os de uma
"centelha divina", que lhes dá a capacidade de despertar deste mundo
de ilusões e imperfeição.
Os
gnósticos consideram que o estado do homem neste mundo é "antinatural",
pois ele está submetido a todo tipo de sofrimentos. Para eles, é necessário que
o homem se liberte deste sofrimento, e isto só pode ocorrer pelo conhecimento. De um
modo geral, os gnósticos acreditam que o Universo manifestado foi iniciado
pelas emanações do Absoluto, seres finitos chamados de Aeons que se reúnem no
Pleroma. No princípio tudo era Uno com o Absoluto, então em um determinado
momento, emanaram do Absoluto estes æons (éons), formando o pleroma.
O pleroma
dos gnósticos é um plano arquetípico, abaixo do qual está o plano material,
manifestado. Assim, o que antes era Uno e vivia no pleroma, se despedaça em
partes. Este estado de infelicidade, pela descida no pleroma (e separação do
Todo Uno), é o que ocasiona o sofrimento do homem neste mundo.
Um dos
éons, Sofia, decidiu gerar sozinha um filho sem a ajuda de um parceiro. O
resultado foi um deus imperfeito e mal formado, chamado de Yaldabaoth um
Demiurgo (artesão em grego), que criou o mundo material "mal",
juntamente com todos os elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem.
Consciente do erro, Sofia joga seu filho numa região separada do cosmo. Tal
entidade mal formada e ignorante, vendo-se sozinha, acredita ser o único deus.
Ele então cria a Terra e os seres humanos. Sendo frutos de um deus imperfeito,
somos igualmente incompletos, num mundo ilusório. Este deus, é o deus da Bíblia
(antigo testamento).
Os
gnósticos ensinam que a salvação vem por meio de um desses éons.
Cristo
seria um enviado do verdadeiro deus perfeito, oriundo de outro plano de
existência, mandado para nos ajudar a enxergar a verdade e nos libertarmos
desta ilusão em que fomos gerados, escapando das armadilhas da matéria e
alcançando as altas regiões espirituais. Tal processo ocorre através da
consciência da nossa verdadeira natureza e origem. Porém, existem os Archons,
entidades criadas para nos manter na ilusão, detendo a jornada espiritual.
Segundo a
doutrina, Cristo, se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o
conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo
material terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado. Segundo
algumas linhas gnósticas Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo
físico, nem foi sujeito a fraqueza e emoções humanas embora parecesse ser um
homem, enquanto algumas defendem a tese do nestorianismo. O apóstolo João trata
deste assunto e enfatiza que "o Verbo se fez carne" (Jo l .14), e em
sua primeira epístola que "todo o espírito que não confessa que Jesus
Cristo veio em carne não é de Deus..." (l Jo 4.3). Os escritos joaninos
são do final do primeiro século, quando nasceu o "gnosticismo
cristão".
Para que
o homem possa se libertar dos sofrimentos deste mundo, segundo os gnósticos,
ele deve retornar ao Todo Uno, por ascensão ao pleroma, e isto só pode ser
alcançado pelo Conhecimento Verdadeiro (representado pela Gnose). Este
despertar só pode ocorrer se o homem se descobre, "conhecendo-se a si
próprio".
Links
Gnosis Archives ( Em Inglês )
Evangelhos Gnósticos
Fonte:
Ocultura
Wikipédia
Links
Gnosis Archives ( Em Inglês )
Evangelhos Gnósticos
Fonte:
Ocultura
Wikipédia
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