Eu lhe avisei.


Maycon sempre foi um homem calmo, sereno e bondoso, mas de uns tempos para cá veio demonstrando o contrario. Ele mudou-se para uma casa um pouco velha, porem ele estava muito feliz com ela, já que poderia recomeçar e a casa parecia se adequar perfeitamente aos seus gostos.
                Um lugar calmo e pacato. Maycon me contou que a casa estava uma pechincha. Apenas 30 mil. Eu fiquei boquiaberto. Realmente, mesmo estando um pouco desgastada aquela casa é enorme.
                Possui dois andares, impressionantes oito quartos que apenas dois juntos é um tanto maior que o meu apartamento inteiro, uma sala de estar, uma de jantar, uma de musica, uma de dança; com diversos espelhos; e uma cozinha bem confortável.
                Ele ate me chamou para morar com ele, porem relutantemente, tive que recusar, pois o lugar é bem distante do meu trabalho e escola, eu teria que acordar as 4:30 e rezar para chegar no trabalho as 7 horas. Mal consigo acordar as seis imagina as 4:30.
                Voltando ao assunto: Algo aconteceu com ele. Fui a casa dele um mês depois dele ter comprado a casa. Ele parecia estranhamente feliz. A principio, achei que era pela minha visita e ele queria demonstrar o quão feliz estava, mas eu conheço aquele cara dês da segunda serie do fundamental, e aquilo não era felicidade, mas sim, fanatismo. Perguntei o que o agitava tanto, e ele me respondeu friamente: ‘’Caso chegue a saber, ira desejar nunca ter visto. Os humanos não devem mexer com certas coisas... Sabia?’’. Senti-me meio deslocado. Ele estava fumando alguma coisa?
                Antigamente passávamos horas e horas discutindo sobre esses assuntos, parecíamos dois fanáticos, porem nunca o vi tão insano assim. Ele foi calmamente para a conzinha, voltou com uma caixa preta de madeira, e falou:
                - ‘’Esta vendo isso aqui? Pois é... Não abra. O que esta aqui dentro não é para ser visto por nenhum humano. Caso algo aconteça comigo guarde a, mas não abra... Você não vai querer libertar o que esta aqui dentro!’’
                - ‘’Ah, cara... Você não vai me pegar nessa de novo... Da ultima vez que você disse isso, tinha um pacote de bolachas que não queria dividir. O que tem ai agora? Mil dólares?’’ – Perguntei com um grande sorriso e ele me veio com: ‘’Não estou brincando... Basta você não abrir!’’
                Passei a noite por lá e no outro dia o vi levando dois cachorros de rua para dentro do mato, o segui sem quer percebesse e foi então que eu tive a certeza que Maycon estava louco... Ele pegou uma faca e cortou a garganta dos dois cachorros, depois se banhou no sangue de ambos e voltou para casa, indo direto para o banheiro tomar banho. Fiquei por alguns segundos em choque. Mas que diabos, estava se passando na mente dele? Erro meu não ter relevado mais certa palavra. Depois voltei para a casa, e disse que precisava resolver algumas coisas urgentes na minha cidade.
                Uma semana depois tive a noticia que sua casa pegou fogo. Como recebi a noticia? Simples, ele fez um testamento e passou tudo que tinha para mim: Uma conta no valor de 500 mil, o carro que não foi atingido pelo fogo e aquela casa que teria sobrado apenas os destroços e cinzas. Resolvi dar uma passada na casa quando foi liberada pela policia. Impressionante como aquela imensa casa de dois andares foi reduzida a apenas metade de um. O incêndio segundo a pericia o incêndio foi causado por ele mesmo. Ele jogou álcool em seu corpo e acendeu, depois sentou na poltrona da sala e ligou a televisão. Ate porque é super normal alguém atear fogo em si mesmo e dar uma paradinha para assistir seu programa preferido. Esses policiais vagabundos...
                Andando pelo que restou da casa, algo me chamou a atenção. Aproximei-me para ver se ainda restava algo ali. Depois algum tempo retirando entulho pude tocar naquela caixa de madeira. Mas como essa caixa ainda estava intacta? Uma curiosidade encheu meu peito: o que tem dentro desta caixa? Abro lentamente e dentro dela existe apenas uma folha de papel. Pego o papel e nele está escrito: ‘’Eu falei para você não abrir a caixa... Você é muito teimoso!’’. Gargalhei.
                - ‘’Então era só uma brincadeira mesmo!’’ – Afirmei debochadamente.

                - ‘’Aiai... Humanos, sempre desobedientes. Basta você dizer: Não faça isso!, que eles se coçam para fazer!’’ – Uma voz distorcida afirma. Olho para trás e vejo uma criatura horrenda com uma espécie de manto negro a cobrindo. – ‘’Eu lhe avisei... Não abra a caixa!’’ – A voz dele muda... Eu o olho sem expressões... Era a voz de Maycon... Como? – Porque está me olhando dessa forma Matias? – A criatura pergunta e vem em minha direção. Minha visão escurece e agora já faz muito tempo que estou nesse escuro. Não sei quanto ao certo, pois não a nada aqui que me ajude a distinguir, apenas o escuro e cada segundo parece uma eternidade. Mas que estranho... Estou começando a sentir um cheiro de queimado.

                Iaê! A quanto tempo...  Espero que tenham gostado. Comentem a vontade, e ate a próxima o/ ~Quase Sábio Anônimo.

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