Pela segunda vez nos últimos 60 dias, um caso de exorcismo (ou libertação) recebe destaque da imprensa na França e gera indignação na sociedade. O primeiro foi dentro de uma igreja em Limoux, quando a polícia foi chamada para interromper um culto.
Uma adolescente que pensava estar possuída pelo mal se submeteu a um exorcismo diferente, sendo crucificada por quatro extremistas religiosos. Três homens e uma mulher pertencente à Igreja Adventista do Sétimo Dia são acusados de sequestro e tortura contra a jovem de 19 anos.
Após denúncias de vizinhos, a adolescente conhecida apenas como Antoniette, estava quase morta quando a polícia a encontrou em um apartamento em um conjunto habitacional no subúrbio parisiense de Grigny. Ela foi crucificada e ficou na mesma posição por sete dias. Os extremistas acreditavam que isso iria exorcizá-la.
Ela conta que esteve amarrada em um colchão por uma semana na posição em que Cristo morreu. A polícia divulgou que a jovem estava desidratada, em estado de choque e apresentava sinais de espancamento.
Sem poder se mexer, ela conta que também ficou sem comer, recebendo apenas um pouco de água e de óleo de cozinha para mantê-la viva. O principal acusado é Eric Deron, ex-namorado da adolescente. Eric afirma estar cumprindo uma missão divina dada a ele. O réu teve a ajuda da mãe, Lise-Michelle Babin, e dos amigos Philippe Grego e Lionel Fremor. Todos os envolvidos são imigrantes do Caribe francês.
O rapaz disse à polícia que a namorada concordou com o ritual, pois também achava que estava sob a influência de espíritos malignos.
O porta-voz da igreja Adventistas do Sétimo Dia de Paris explicou à imprensa que todos os envolvidos haviam sido expulsos da congregação que frequentavam em 2010. Ele destacou que um exorcismo desse tipo nunca foi ensinado pela igreja, e que não concorda com a atitude deles.
O caso continua em julgamento até sexta-feira, quando deve ter um veredito final.
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