Nunca havia ido onde ele morava, porem ele me explicou o caminho, disse que havia dois tuneis que eu poderia passar, um que estava interditado e um novo, porem o novo seria mais ruim para mim, pois de onde eu morava teria que dar uma volta maior e a estradinha que passa pelo tunel antigo era a que dava na vila onde ele morava, apesar que depois do tunel novo teria uma entrada para essa rua. Ele disse que para eu nao precisar dar a volta ir pelo tunel antigo, como não conhecia a regiao marquei de ligar para ele quando chegasse em uma loja de conveniencia.
Lá pelas 23:30 estava saindo de casa, cheguei na loja de conveniencia, aproveitei fui ao banheiro comprei umas coisinhas, já era quase Dez para onze. Entrei no carro e liguei para ele, ele me foi ensinando o caminho. De longe era possivel escutar os roncos de motores de carros, eu sabia que naquelas hrs e naquela regiao os brasileiros subiam a montanha e desciam ela fazendo Durifeti (como os japoneses falam) "Drift". Ele me ensinou a entrada da montanha, a rua nao era nada iluminada, e era uma subida bem pesada, uma rua estreita, e como era montanha era toda cheia de arvores, uma mata bem fechada...e logo as ultimas luzes da cidade acabaram, me deixando apenas a iluminaçao do carro.
Pelo caminho notei placas de aviso todos em japones, como falava e lia pouco, pude pouco entender, ainda mais de se tratar de kanji (a escrita principal do Japao, igual a usada pelos chineses) só sabia que pedia para não continuar a subir e voltar, que o governo não se responsabiliza caso aconteça algo. Achei estranho, na certa teria lido errado...
Continuando a subir numa escuridão e sozinha, muito sinistro... e sou muito medrosa... só continuava a subir pois estava com ele na linha, comentei com ele como era assustador, e perguntei a ele sobre os avisos... ele riu e nao me respondeu...
Estava morrendo de medo... e ele ri? E sério estava quase chorando de medo... a estrada a mata a escuridao... e eu sozinha num carro enorme... A escuridão era tremenda, uma estrada bem estreita... e uma mata super fechada... Se percebia que ninguem passava por lá, pois as copas das arvores invadiam a estrada... deixando apenas metade da estrada livre... a escuridão era tanta que nao podia se ver muito alem... estava tremendo muito... Quando a ligaçao cai... e meu celular apaga... estava só...
Pensamentos passavam por minha cabeça, quando do nada... veio uma lembrança de uma historia que escutei, que fazia de tudo para esquecer... e do nada ela me reaparece...
No Japao, no verão se conta histórias de fantasmas (os japoneses dizem que o arrepio, aquele friozinho que dá quando estamos com medo, refresca)
Me lembrei de uma historia, que foi contada sobre um tunel (que todos tinham medo. Nem medo pavor, nem mesmo para as filmagens se usou o tunel verdadeiro, tamanho era o medo) diziam que o tunel era mal assombrado, varias declarações de pessoas que passaram no tunel viram assombrações... alguns diziam que sentiam que depois que passaram... nunca se sentiram sozinhas, pareciam estar sempre acompanhadas por algo ou alguem...
Nessa mesma hora avisto o tunel... a esquerda... e o fim da estrada... uma estrada tão estreita que não havia como manobrar... a saida mais facil era entrar e passar o tunel... sem iluminação nenhuma... um tunel com um asfalto rachado... e muito mato, brotando das paredes do meio das rachaduras... um cheiro horrivel de carniça invadia meu carro... uma escuridao total...o unico ponto visivel era os que os farois iluminava...
Logo na entrada do tunel uns cavaletes segurano mais um aviso... não entre.
Morrendo de medo, e sem espaço para manobrar... com certeza o melhor caminho seria acelerar o maximo e sair do tunel o mais rapido possível...
Passando bem pela lateral, desviando dos cavaletes... fui entrando devagarzinho... todo cuidado para nao bater na mureta de proteção... nem na paredes do tunel... nem raspar meu carro nos cavaletes...
Foi quando senti... meus Deus parecia ter algo pulando nos bancos de trás do carro!! Morrendo de medo e por instinto natural de motorista já bato os olhos no retrovisor interno!
Foi um medo tamanho, eu vi um vulto negro que nem mesmo pude definir, olhei para frente e acelerei com tudo... e bato o bico do carro na mureta! E com o choque da batida (que foi bem na quina mesmo do para choques, que logo se arrastou para lateral) o carro da um tranco e para, e ficou erroscado... acelerando olho para o lado erroscado e vejo pelo espelho um vulto na lateral... acelerei com tudo e arranquei... queimando até os pneus!! O tunel tinha uma forma de "L" não se via nada...
Saindo do tunel a mata... de novo!! Morrendo de medo passei correndo correndo ate chegar na civilizaçao de novo...
Chorando e tremendo de medo... parei o carro, e desci numa casa, em que havia uns japoneses do lado de fora de casa soltando fogos de artificio.
Os japoneses assustados vieram me socorrer, perguntando se estava ferida, se estava bem....
Estava com tanto medo, disseram que estava branca como a neve tremia muito... muito mesmo... Abracei um senhorzinho bem velhinho que estava lá.
Me levaram para dentro da casa deles (para ver como eu estava mal) sentei no chão chorando... Porem não me perguntaram o que houve, pois naturalmente eles sabiam (só depois que me disseram, o túnel já estava a quase 2km dali) o sr. velhinho me levou com meu carro (um outro nos acompanhou com outro carro, para leva-lo embora) para casa de meu ficante... Eu já havia ligado para meu ficante e ele explicou onde morava... no caminho o senhorzinho me contou que não sou a primeira pessoa que aparece assim... disse que uma vez, já há alguns anos estava sozinho em casa, quando de madrugada foi acordado, com batidas na portas e grito de ajuda (desesperado) ele acordou, o rapaz entrou na casa com tudo e pertubado agia como se estivesse sendo perseguido... disse que tentou acalma-lo, porem parecia não ver ele... quando de repente caiu no chão morto. Teve um ataque cardíaco, a policia disse que seu carro havia sido abandonado no meio do tunel...o rapaz havia corrido em desespero por estes 2km (até a casa do senhorzinho) e seu coração nao aguentou. Disse que em seu corpo, no pescoço parecia haver marcas de queimaduras, com formas de uma mão (uma coisa bem sutil... quase invisivel... porem a policia negou haver isso). Estava ainda sentindo um frio na espinha... sentia os pelos de minha nuca arrepiados...
Minha noite terminou quando chegamos na casa de meu ficante... agradeci a familia que me ajudou. O Senhorzinho em sua despedida disse: "Sinto que eles vão te acompanhar." Isso me aterrorizou!
Dormir não foi nada facil naquela noite, ainda eram uma e meia da madrugada... estava no quarto dele sozinha deitadinha ... não deixei ele apagar as luzes da casa... não deixei ele dormir na sala... implorei para dormir comigo. Ele dormiu do meu ladinho...
Estava muito assustada, ainda mais que o arrepio em minha nuca, o friozinho não sumia... em meus pensamentos só se passava o que aconteceu comigo um pouco antes... me sentia observada, nem mesmo a companhia de meu ficante me deixava tranquila... nem sei a que horas fui vencida pelo sono...
Acordei já era meio dia, meu ficante havia saído... morrendo de medo, a casa era muito velha... possuia 7 comodos... o chao de madeira fazia muito barulho, mesmo sendo meio dia, a casa se encontrava escura, todas as janelas fechadas, cortinas fechadas... e a unica luz acessa era a da cozinha...entre eu e a cozinha um enorme corredor... escuro.
A unica saida da casa era uma porta na cozinha... me enxi de coragem e sai correndo em direção a cozinha, Juro que escutei passos me seguindo pelo corredor... eu gritando cheguei a cozinha quando ia abrir a porta, ela se abre de uma vez (abria pelo lado de fora) Dei um grito tão alto, e aterrorizada percebo que era o meu ficante que voltara... abracei ele e chorando disse que havia alguem atras de mim. Ele disse que morava sozinho... para eu ficar calma... e eu disse que queria ir embora. Apesar de não ter carta, ele me levou em meu carro para minha casa.
O que me assustava é que em momento nenhum desde a noite passada o arrepio me deixou... aquele frio na espinha me perseguia... Morava com 3 amigas em um apartamento.
Carreguei este frio na espinha, o arrepio na nuca por cerca de 3 meses, após muito rezar, e de muita benza parei de sentir isso. Hoje procuro nem pensar nisso mais.
Essa historia aconteceu comigo fazem 2 anos.
Aconteceu com: Amanda Martins
Primeiro o Carazi, depois isso. Agora que eu não durmo. Paranoia feelings. Me imaginando no seu lugar, eu ficaria sem reação e teria o mesmo fim do carinha que teve um ataque cardíaco. Só de ler isso já deu taquicardia.
ResponderExcluirVoce ja leu a historia do Rake? assusta mais que o Carazi
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