“– De repente, ele começa a mudar
– Orelhas, focinho, pêlos, tudo muda
– E a criatura começa a uivar pra lua...
– Mas não é Lua Cheia
– E quem disse que precisa ser???”
Augúrio, as Fases da Lua
A Lua é a
mentora de todos os Lobisomens. É a Lua proporciona caminhos para seus filhos
seguirem. A trilha, ou o augúrio, de um Lobisomem é o seu chamado, o seu papel
numa Matilha maior.
O augúrio de
um Lobisomem é um modelo geral de atitude e comportamento. Os Lobisomens
acreditam que a fase da Lua sob a qual um Lobisomem nasce influencia aquilo no
que o Lobisomem irá tornar-se. Desta forma, a Lua ensina que nenhum Lobisomem pode
ser todas as coisas ao mesmo tempo. Cada augúrio é um fragmento de um desígnio
maior.
Se quiserem, vocês
podem pensar no augúrio como uma espécie de classe. De fato, o augúrio define
um Lobisomem em termos de quem ele é, o que faz e como é visto pelos outros Lobisomens.
O seu augúrio
também descreve a sua posição na sociedade Lupina. Quando um Lobisomem entra numa
Tribo, é mandado para um professor que compartilha do seu estigma da Lua, que
então o instrui sobre as Tradições da Lua.
Para
simplificar as coisas, muitos professores comparam o augúrio de um Lobisomem a
um signo astrológico, mas o verdadeiro significado de um augúrio é muito mais
profundo. O estigma da Lua é visto como um conselho e como uma parte integrante
do ser de cada Lobisomem.
Veremos um
pouco disso a seguir:
Lua Nova – O Trapaceiro
Incômodo como
deve ser, o Trapaceiro é o portador da sabedoria para aqueles que já se julgam
sábios. Ele não apenas revela que o rei está nu, ele empurra o idiota
pretensioso numa poça de lama como uma lição para os futuros reis.
Eliminando
gradativamente a tradição e a autoridade, o Trapaceiro mantém seus companheiros
nas pontas dos pés, ensinando-lhes a insensatez da presunção e a sabedoria da
humildade. Ironicamente, o Trapaceiro traz desordem à ordem. Seus logros
ressaltam as rachaduras nas calçadas nas quais seus companheiros de Matilha pisariam.
Embora os
outros Lobisomens sempre esperem que os Trapaceiros cometam travessuras, isso
não significa que gostem delas. Os Lobisomens toleram os Trapaceiros, mas não confiam
realmente neles.
Os Trapaceiros
tendem a ser indivíduos muito estranhos. Seus companheiros de Matilha nem mesmo
procuram entendê-los. A aprovação de seu comportamento lhes permite uma
liberdade da qual poucos Lobisomens gozam.
Os Luas Novas
são flexíveis, e essa flexibilidade é sua força. Como os bobos das cortes da
Europa medieval, os Trapaceiros são considerados incômodos necessários,
sendo-lhes dada muita liberdade. Isto não quer dizer que os Trapaceiros possam
fazer o que bem quiserem, pois a Litania é uma lei sagrada, mesmo para os
filhos da Lua Nova.
Ainda assim,
os anciões costumam olhar para o outro lado quando os Trapaceiros pregam suas
peças, por acreditarem que a sabedoria inata da Lua Nova os guia. Não obstante,
é melhor que os Trapaceiros vejam onde pisam. Afinal, os Guerreiros não são
conhecidos exatamente por seu senso de humor...
Embora o papel
do palhaço seja aceito, ele proporciona pouco respeito. Os outros Lobisomens
sempre desconfiam dos Trapaceiros, mesmo quando eles estão tentando agir com
seriedade. Os Trapaceiros nascidos sob a Lua Crescente são dotados de uma suave
veia cômica, enquanto o humor dos de Lua Minguante assume um tom mais sombrio.
Embora os Trapaceiros
costumem ser desprezados como pregadores de peças, suas brincadeiras variam do
cômico ao surreal, deixando os Lobisomens menos sofisticados coçando as
orelhas, pasmos.
Os Trapaceiros
são enigmáticos e reclusos como a Lua que é seu augúrio, e gostam de ser assim.
Lua Crescente – O Vidente
A Lua
Crescente brilha como uma lâmina. À sua luz, o Vidente dos Lobisomens faz sua
paz com o mundo espiritual. Não há outro Lupino que conheça uma sintonia maior com
o Mundo Espiritual. Nenhum outro augúrio compartilha sua compreensão pelas
trilhas e perigos dos Reinos Espirituais.
Os Videntes
são guias tribais. À luz pálida da Lua, os Videntes espiam a escuridão dos
mistérios interiores e exteriores. A Lua os conduz através de jornadas místicas
que poucos outros Lobisomens poderiam seguir.
Como os xamãs
humanos das culturas indígenas, os Lobisomens Videntes são reservados e
misteriosos, tocados e segregados pelo conhecimento que adquiriram. Os Videntes
costumam conviver mais freqüentemente apenas entre seus iguais, murmurando para
os espíritos, com pouco tempo para atividades mundanas.
Esses Videntes
são os planejadores, pensadores, sacerdotes e visionários. Seus Dons refletem
uma compreensão profunda do mundo espiritual e do eu interior. Eles podem canalizar,
curar ou ferir com a mesma graça. Sem eles, a tribo pode perambular sem destino
até que a corrupção os engula a todos.
Seus colegas
de Matilha sabem disso, mas se mantêm afastados. Quem sabe quando os
conhecimentos sobrenaturais dos sábios poderão ser voltados contra eles?
Os espíritos
deixaram sua marca nos Videntes. Eles são tocados e mais do que um pouco
esquisitos. Seu conhecimento é igualmente uma benção e uma maldição. Embora os
companheiros de Matilha valorizem os poderes dos Videntes, eles os deixam
nervosos. Aquela cantoria assustadora que eles recitam enquanto dormem é
suficiente para enroscar os tentáculos do medo
Os Videntes
nascidos sob a Lua Crescente são capazes de entrar naturalmente em sintonia com
os espíritos, enquanto os nascidos sob a Lua Minguante são capazes de
escravizar espíritos, ao estilo dos feiticeiros.
Meia Lua – O Guardião dos
Caminhos
Enquanto a Meia
Lua equilibra a luz e a escuridão, o Guardião percorre a linha entre lobo e
homem, veneno e sabedoria. O Guardião é o mediador da Matilha, aquele a quem os
outros Lobisomens pedem conselhos ou uma resolução justa para disputas.
Sua honra
costuma ser inquestionável. Como juiz, legislador e Mestre de Desafios, o Guardião
não tem par. Os Guardiões costumam ser os melhores líderes de tribo. A Lua lhes
ordena seguir a trilha intermediária. Ao fazer isso eles se tornam o sustentáculo
que equilibra o comportamento extremado de seus colegas de Matilha Trapaceiros
e Guerreiros.
Em tempos de
guerra, um Dançarino da Lua ou um Guerreiro pode assumir o papel de comandante
de guerra, inspirando o resto da Matilha a feitos valorosos. Durante os tempos comparativamente
pacíficos, porém, um Guardião de Posto elevado costuma assumir o manto de
líder.
Os Guardiões
também alimentam seu centro espiritual, saboreando seus elos com a carne e o
espírito. Em questões pessoais, eles costumam não se intrometer até que seja
pedido seu conselho, mas intervêm imediatamente se identificam uma ameaça potencial
à Matilha. Os Guardiões representam as melhores qualidades dos Lobisomens. Seu
equilíbrio interno, porém, pode ser sua ruína.
Alguns Guardiões
da Lua Minguante tornam-se distantes e indiferentes; da mesma forma, muitos
seguidores de Luas Minguantes possuem um senso de equilíbrio frágil e até mesmo
deturpado. Como a trilha do equilíbrio é uma corda-bamba, manter o equilíbrio
costuma ser uma tarefa sem esperança.
Os Guardiões
são conhecidos como sendo os Lobisomens mais honrados, embora alguns sussurrem
que eles são espertos demais para o seu próprio bem. Porém, todas as vezes que
surgem problemas, todos procuram por um Guardião.
Lua Minguante – O Dançarino da
Lua
À medida que a
Mãe-Terra fica prenha de Fúria, ela estimula o Dançarino da Lua a entoar suas
canções de batalha e glórias passadas. Atendendo o chamado, o Dançarino eleva
sua voz contra a noite, convocando inspiração com seu uivo claro e perfeito.
Os Dançarinos
são os guardiões do conhecimento, os comediantes, os artistas, os cantores das
antigas histórias e dos novos caminhos. Espontâneos e inventivos, os Dançarinos
são a alma da Matilha. Eles elevam os espíritos dos outros e os lembram do
motivo pelo qual estão lutando.
Os Dançarinos
costumam ser guerreiros terríveis, refulgindo de paixão pela Lua. Aos Dançarinos,
pouca diferença faz se a sua dança sagrada é executada numa clareira
recém-descoberta ou nos intestinos de um inimigo. A paixão é a herança dos Dançarinos.
Aqueles que
nascem sob a Lua Crescente sentem a paixão da vida e a alegria da criação,
enquanto aqueles que nascem sob a Lua Minguante guardam na escuridão de suas
almas um grande impulso assassino.
Embora todos
os Dançarinos conheçam muitas sutilezas da Litania e as minúncias da cultura
tribal, fazem mais uso de uma inspiração espontânea que de um aprendizado por
estudo. Depois que a Lua inflama suas veias, a dança da vida e da morte é tudo
que importa.
Ninguém espera
comedimento da parte de um Dançarino, mas eles costumam ser bons contadores de histórias
e cantores. Também são bons guerreiros e líderes inspirados.
Lua Cheia – O Guerreiro
O Guerreiro é
o veículo da Fúria da Lua, as garras da ira da Mãe-Terra. Ele é o assassino, o
homem-lobo enlouquecido, a Fúria encarnada. Sangue é o seu vinho, guerra o seu
prazer.
Com o passar
do tempo, a sabedoria pode guiar a mão de um Guerreiro mas, quando jovem, ele
permanece no topo de uma pilha de cadáveres, gritando por mais. Os Guerreiros
jamais serão conhecidos por seu refinamento social, mas sua presença
inspiradora e sua habilidade física fazem deles líderes de guerra natos.
Sua afinidade
com a Fera interior costuma levar os Guerreiros a uma morte prematura, ainda
que gloriosa, mas a dor pode ser uma boa mestra. Um Guerreiro envelhecido é uma
das mais perigosas criaturas vivas.
Eles são os
heróis dos Lobisomens, os guerreiros das lendas. Até entre as Tribos mais
moderadas, os Guerreiros são conhecidos por seu mau humor. Eles não temem a
morte, mas a abraçam como um dever de guerreiro. Esses guerreiros natos vêem a
si mesmos como os punhos e os líderes da Matilha por direito de nascença.
Mas nem todo Guerreiro
é tão selvagem. Alguns conseguem controlar sua Fúria, guardando-a para o
inimigo. Mas para a maioria dos filhos da Lua Cheia, a vida é uma batalha feroz,
brutal e breve.
Os Guerreiros
representam todo o orgulho, poder e impetuosidade dos Lobisomens. Seus
espíritos são poderosos, mas seus modos deixam um pouco a desejar. Ainda assim,
é melhor ter um ao seu lado na Matilha do que sobre a sua garganta.
Diz-se que os Guerreiros
nascidos sob a Lua Crescente obedecem fanaticamente à vontade da Mãe-Terra,
enquanto aqueles nascidos sob a Lua Minguante costumam usar seu poder para dominar
os outros Lobisomens.
Como puderam
ver, essa história de Lobisomem só aparecer em Lua Cheia, noites de Quinta para
Sexta, é tudo mito. Um Lobisomem pode se transformar quando, onde e como bem
entender.
Por isso eu
disse e repito:
“NÃO
TEMAM APENAS A LUA CHEIA...”
Continua...
Walacionil Wosch
é tudo tão, goticamente, divino. Essa questão das fases da lua e sua influência sobre os lobisomens. Antes eu pensei q eles eram só criaturas sem coração ou racionaliadade, agora, a cada post seu, eu os admiro mais.
ResponderExcluirÉ, realmente divino mesmo. Como você está vendo, Lobisomens são bem racionais e totalmente organizados, assim como os Vampiros. Na real, muitos mitos foram criados ao redor deles, a maior parte, apenas crendices. Mas tem mais por aí...
ExcluirBeijos e muito obrigado pelo comentário...
eles não podem se transformar durante o dia pois é muito raro ver a lua quando o sol está forte além de eles serem pessoas normais grande parte do tempo
ResponderExcluirOlá, Yukiteru. Em primeiro lugar, quero agradecer de coração pelo comentário. Eles podem, sim, se transformar durante o dia. Na verdade, não precisam da Lua para se transformar, apesar de, sem a presença dela, seus Dons ficam reduzidos. E está certo mesmo, na maior parte do tempo, são normais em suas formas originais (Hominídeo ou Lupino), salvo os Impuros, que mascaram sua forma natural por motivos óbvios. Os Vampiros também podem andar na luz do dia, contanto que o céu esteja escuro e nublado, mas seus poderes são reduzidos, como vimos em Bram Stoker's Dracula. Valeuuuu
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