Após a morte inesperada de sua mãe, Anne, uma garota de família humilde, passou a viver os momentos mais tenebrosos de sua vida naquele inverno de 1986. Moscou, nessa época, costumava atingir temperaturas insuportáveis, causando a morte de muitas pessoas. A morte de sua mãe, porém, foi por outra causa.
A já apática mãe de Anne sofria constantemente com o seu câncer no figado, mas o seu principal problema era o marido, que a violentava em busca de prazer. Uma alcólatra por sangue, a mãe de Anne bebia para esquecer os terríveis acontecimentos.
O pai de Anne não aguardou mais de 3 mêses para violentar a própria filha, como costumava fazer com a sua esposa. Anne, como último recurso, ameaçou fugir e contar à polícia sobre os abusos. O pai, enfurecido, em um ato de defesa, comprou duas passagens de ônibus para uma chácara à cem quilômetros de Moscou.
Já era tarde da noite quando pai e filha embarcaram no ônibus. Anne era vigiada constantemente pelos olhos negros de seu pai. Em sua complexa e transtornada mente, Anne elaborava um plano de fuga. Após minutos de reflexão, Anne levantou-se e andou em direção ao banheiro. Os olhos do pai a acompanharam, fixos, até a porta do banheiro.
Passados três longos minutos, Anne saiu do banheiro, caminhou calmamente pelo corredor, passou pela poltrona de seu pai, que a olhava enfurecido. Anne entrou na cabine do motorista, e após um brusco movimento, virou a direção e jogou-se pela janela, assistindo o descontrolado ônibus cair pelo desfiladeiro.
No frio intenso de Moscou, Anne caminhou rente a estrada até desmaiar. Ainda desconcertada, Anne acorda em um orfanato. Encarada por muitos olhares, ela sente-se ameaçada. Mãos começam a tocá-la, subindo pelo seu pescoço. Meninas desesperadas arrancam violentamente os brincos de Anne, criando rasgos imensos em ambas as orelhas.
As meninas, desesperadas por mais jóias agarram os dedos de Anne, e encontram o precioso anel, a única lembrança deixada por sua mãe. Em uma situação de desespero, Anne arrancou o anel e o levou a boca, engolindo-o.
Se sentia sufocada, o ar estava escasso, a luz escurecia. Anne estava morrendo. Como última visão, Anne viu as faces das meninas horrorizadas, e entre duas faces estava o espírito de sua falecida mãe. Esse espírito estendeu a sua mão e disse:
-Venha comigo, querida!
-Não posso, estou descendo - Anne respondeu com malícia no olhar.
Escrito por: Hugo Preussler e Germano Iaroseski Neto
Fonte: http://www.tumblr.com/
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