BUNYIP


O bunyip (que significa demônio na língua nativa) é uma criatura da mitologia aborígene australiana, que habita pântanos, riachos, leitos de rios e poços. Ele foi descrito como uma estrela do mar gigante que anda sobre a terra. É conhecido também por vários nomes regionais. Ele também é descrito como uma criatura grande, escura e peluda com braços longos e enormes garras nas mãos. Já foi descrito também como uma estrela do mar gigante que anda sobre a terra.

A aparência exata do bunyip nunca foi estabelecida pela tradição e suas representações por artistas australianos, aborígenes ou não, são extremamente variadas. Entre os traços mais freqüentes estão caudas de cavalo, barbatanas e presas como as de uma morsa.


Desenho de um bunyip por um
aborígine da região do rio Murray, em 1848
Outras denominações comuns de jornais do século 19 incluem “cara parecida com cachorro”“pele escura”, “rabo parecido com cavalo”“nadadeiras e presas como de uma morsa” ou “chifres ou bico de pato”. O primeiro uso da palavra bunyip para descrever a criatura apareceu em um jornal em 1845: “O Bunyip une as características de um pássaro e de um jacaré. Tem uma cabeça semelhante a uma ema, com um longo bico, na extremidade do qual há bordas serrilhadas, como uma arraia. Seu corpo e pernas são da natureza do jacaré. As pernas traseiras são muito grossas e fortes, e as pernas dianteiras são ainda mais compridas, e também fortes. Suas extremidades são decoradas com garras longas, mas os negros dizem que seu método habitual de matar suas presas é enforcando-as à morte em um abraço fatal. Quando na água, ele nada como um sapo, e quando em terra, anda sobre as patas traseiras e a cabeça erguida, posição na qual mede 3 a 4 metros de altura”.

Se alimenta de qualquer criatura que entre em seu domínio, inclusive humanos, seres humanos, tendo preferência por mulheres. Seu grito pode fazer o sangue coagular. Acredita-se também que o bunyip cause doenças.

Mesmo os filhotes são perigosos: se um deles for capturado por qualquer razão, sua mãe emitirá o mais terrível dos uivos, fará as águas subirem e inundarem as habitações dos humanos para encontrar seu filho. Nenhum lugar é seguro ante tal inundação; mesmo que se suba a uma colina, as águas subirão até ultrapassá-la. Quaisquer humanos atingidos pela água transformam-se em cisnes negros.

Explicações do mito na visão dos céticos


Diprotodon
No século XIX, era comum entre os colonos da Austrália a idéia de que o bunyip era um animal real, ainda não descoberto. A falta de familiaridade dos europeus com a fauna exótica do continente e com os sons que produz ajudaram a alimentar a "lenda". Em 1846, a descoberta de um crânio estranho (depois considerado como de um cavalo ou bezerro deformado) convenceu a muitos da realidade do bunyip e multiplicou os relatos de pessoas que diziam ter ouvido uivos perto de alguma lagoa ou visto formas escuras sob as águas e os esforços de exploradores que procuravam provas da existência do monstro, até que todo o continente foi detalhadamente explorado. Hoje, "Why search for the bunyip?" ("Por que procurar o bunyip?") é uma expressão idiomática australiana para se referir a um empreendimento impossível.

Procoptodon
Especulações de criptozoologistas sugerem que o bunyip é a recordação transformada em mito de um animal grande e real que foi encontrado pelos primeiros aborígines a habitar o continente, por volta de 50.000 a.C., e depois se extinguiu, possivelmente o Diprotodon optatum, cujos fósseis são às vezes considerados pelos aborígines como "ossos de bunyip". Outros animais extintos que possivelmente coexistiram com os aborígines e poderiam ter inspirado o mito são o Procoptodon, animal semelhante ao canguru, mas de rosto redondo e com braços grandes, que podiam ser levantados acima da cabeça, e o crocodilo terrestre Quinkana.

Os gritos e uivos atribuídos ao bunyip por colonos ocidentais podem ser produzidos por vários mamíferos e aves, incluindo o gambá, o koala, o socó australiano (Botaurus poiciloptilus) e o alcaravão ou téu-téu australiano (Burhinus grallarius), que podem ser encontrados perto de lagos e pântanos, emitem sons assustadores e surpreendentes para seu tamanho. A coruja-ladradora (Ninox connivens), que também vive nesse ambiente faz sons que lembram uma mulher ou criança chorando, também foi responsabilizada por muitos desses sons.

Em regiões como a da bacia do rio Murray-Darling, a explicação mais provável para o bunyip é o leão-marinho australiano (Arctocephalus pusillus), que freqüentemente nadam rio acima durante as cheias e ficam presos nos billabongs quando as águas baixam. Muitos desses animais foram encontrados e capturados no interior, tão ao norte e longe do mar quanto em Canberra, perto de áreas onde se disse ter sido visto ou ouvido um bunyip.

Fontes:
http://hypescience.com/
http://pt.wikipedia.org/
http://pt.fantasia.wikia.com/

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