Narração de Leandro
Onde estou? Lembro-me de ter
acordado Abigor, daí a Rafaela entrou na minha mente e me tirou de lá. Há eu
beijei a Rafaela... Eu beijei a Rafaela... Eu achava que nunca mais ia voltar a
ser eu, mas olha só pra mim. Embora, eu esteja todo dolorido e enfeixado, ainda
sou eu.
- E eu posso lhe dizer que ela
adorou seu beijo. Ate mais que o meu... Ela é uma garota estranha! – Uma voz
ecoa em minha mente. Será que é Abigor? – Claro que sou eu! Quem mais seria?
Humano idiota. E permito que se dirija diretamente a mim. – Abigor afirma com
um tom autoritário. Gargalho.
- Então você ainda está acordado?
– Pergunto enquanto levanto de minha cama.
- Você está de olhos abertos? Se
sim, então estou! – Abigor afirma calmamente. O que isso significa? – Significa
que eu sou você, ou você sou eu, mas como você está no controle falar que eu
sou você é mais justo. – Abigor fala repentinamente. Maldição... Ele pode ler
meus pensamentos. – Se acostume! – Abigor afirma autoritário.
Abro a porta do meu quarto e me
deparo com dois seguranças. Sinto que não são pessoas comuns. Demônios? – Claro
que são demônios! Acha mesmo que Lúcifer iria permitir que, você um demônio de
alto nível com consciência humana ficasse livre? – Abigor pergunta, irritado.
Agora eu entendo... Eu sou Abigor, um demônio. Leandro não existe mais, mas eu
ainda tenha a consciência do humano. Que porre... Mas dane-se eu ainda sou eu
no final das contas.
- Volte para o seu quarto. Você
está muito machucado. Descanse ate se curar. – Um dos seguranças afirma me
empurrando levemente para dentro e fechando a porta. Maldito, acha mesmo que
vou seguir ordens de um demônio fraco com você? – Isso mesmo, mate-os e seja
livre. Muahahahahaha – Abigor gargalha insanamente.
- Eu não vou fazer isso! Eu vou
fugir. – Sussurro para Abigor. – Pare de ser idiota. Matá-los é muito mais fácil.
Deixe que eu lhe ensine algumas coisas. – Abigor grita indignado. Eu posso
muito bem pular dessa janela e sair. – Mas para que você irá querer sair? Não
me diga que é para ver aquela garotinha. – Abirgor fala, irritado. – Claro que não eu estou com vontade de comer
aquele pastel da lanchonete perto do colégio. – Afirmo em minha mente enquanto
abro a janela.
Pulo a janela e caindo no chão
vejo a mim mesmo sendo segurado pelas costas por outros três seguranças... O
que é isso? – Você pode chamar isso de previsão. Mesmo que aquele maldito Judai
tenha quebrado a linha de tempo, você ainda pode ver algumas coisas, mas apenas
momentos antes. Então... Corra! – Abigor grita eufórico. Começo a correr com
tudo que eu tenho e ao olhar para trás percebo que estou sendo seguido pelos
três seguranças da minha visão. Droga, meu corpo está começando a doer, mas
nada que eu não possa suportar. Sinto que não são apenas eles que estão me
seguindo... Existe algo mais, e esse algo é diferente deles. – Deve ser porque
Lúcifer está te seguindo naquela limusine ali. – Abigor afirma me mostrando a
limusine numa visão. Droga... Ela vai sair logo a minha frente, preciso mudar
de rota. Dobro a direta no exato momento em que a limusine surge na esquina à
frente.
- Wow... Essa habilidade é
bastante útil. – Falo eufórico enquanto corro. – Claro, agora dobra a direita e
depois esquerda, esquerda de novo e siga reto. – Abigor afirma tranquilamente.
Não sei se devo confiar nisso. – Apenas faça humano. – Abigor grita irritado.
Bem, não vou conseguir correr eternamente, vão me pegar uma hora ou outra. Faço
o que Abigor mandou e chego ao parque. Olho para trás e vejo que ninguém está
me seguindo.
- Graças a deus! – Afirmo aliviado.
– Não foi graças a ele. – Abigor afirma alegre. – Ok, obrigado Abigor.
–
Agradeço com um sorriso enquanto caminho para a lanchonete. – Não agradeça.
Louve-me. Muahahahahaha- Abigor gargalha insanamente. Ignoro e continuo
seguindo meu caminho. Hã? Rafaela? E quem é aquele cara? Algum amigo dela? Será
que ele tem algum envolvimento com ela? E o que é essa angustia. Ela faz o que
ela quiser. Não tenho nada haver com ela. – Me poupe garoto... Estou me
sentindo na cabeça de uma garotinha apaixonada. Vai lá falar com eles e
descubra. – Abigor fala autoritário e com um tom de irritação. E quem é a
garotinha apaixonada? Seu maldito...
Quando me aproximo a eles Vitoria
puxa o garoto que estava com elas. Alexandre é seu nome. Converso com Rafaela ate
o momento em que Lúcifer aparece saindo na limusine. Sendo movido pelo
desespero, seguro Rafaela nos braços e saiu correndo na maior velocidade que
consigo. Paro em uma lanchonete qualquer e me sento numa cadeira.
- Você... Deveria está em casa,
não era? – Rafaela pergunta me encarando. Ela esta preocupada?
- Bem... Era, mas já estou me
sentindo ótimo. – Minto sorridente, pois cada músculo do meu corpo está doendo
agora. Ela bate em meu braço e um grande dor percorre todo o meu corpo. –
Aaaaiii por que fez isso? – Pergunto á encarando. Hã? Ela está com uma
expressão tão fofa...
- Viu... Você não está bem...
Você não quer cuidar da sua saúde não? Vai ficar pior se continuar assim... –
Rafaela afirma me olhando com um olhar de preocupação. O que á com essa
expressão? Me faz querer ficar com ela e protegê-la... Nunca tinha sentindo
isso antes. – Desculpe, eu só estava preocupada... – Rafaela afirma com um tom
triste em sua voz. Droga... Não gosto de vê-la assim.
- Desculpa... Eu que sou o
teimoso aqui. Depois de comer eu volto para casa e descanso direito. Não se
preocupe. – Falo sorrindo, tentando acalmá-la enquanto um frio corre pela minha
espinha. Estou me sentindo intimidado. Sinto que muitas pessoas estão me
olhando... Estas faixas chamam tanta atenção assim?
- Tudo bem, mas você sabe que ela
deve estar de guarda na lanchonete com seu pastel preferido. – Rafaela afirma
calmamente sentando-se a mesa. Maldição... É verdade. Aquela mulher não deixará
que eu toque um dedo naquele pastel por um bom tempo.
- Então vamos comer aqui. Pode
ser? Eu pago. – A convido para comer comigo sorrindo, já que realmente estou
com fome.
- Eu acabei de comer... – Rafaela
afirma calmamente. Ah... Ela deve ter comido com aquele Alexandre. – Mas um
refrigerante seria bom. – Rafaela afirma sorridente, sorrio de volta impulsivamente.
- Com licença. – Falo chamando a
garçonete. Ela vem rapidamente. – Um sanduíche e dois refrigerantes de laranja,
por favor. – Falo calmamente. Ela anota o pedido de se retira. – Ela está
caidinha na sua, garoto! E é uma gostosa. Pega ela humano. Faça ao menos algo
digno de um homem. – Abigor afirma eufórico. – Não, eu não a quero. – Afirmo mentalmente
para Abigor. – Então realmente está apaixonado por essa Rafaela, é? – Abigor pergunta
calmamente. Será? Eu sinto algo forte por ela que, nunca senti antes e fica
mais forte a cada momento que estou com ela. Deve ser verdade. – Claro que é! E
se ela não sentir o mesmo? – Abigor me pergunta meio que, sadicamente. Essa
duvida irá me torturar. – Exato! Por isso tire essa duvida o mais rápido possível.
Se declare... – Abigor afirma seriamente. Ele realmente tem razão. Depois de
comer irei levá-la para um lugar onde podemos ficar sozinhos e irei tirar essa
duvida.
A garçonete trás o pedido e pisca
para mim... Abigor está certo? – Claro que estou! – Abigor fala mais uma vez,
se intrometendo em minha linha de pensamentos. Depois de comer chamo Rafela
para um passeio pela praça. Vamos para o meio da praça e meu coração começa a
acelerar. Hã? Ela está vermelha? Ela está com febre?
- Você está vermelha. Está bem? –
Pergunto colocando a mão em sua testa para medir sua temperatura.
- Não é nada. – Ela afirma
abaixando a cabeça. Droga... E agora? Tenho que puxa algum papo. Ah é... Ela
não deve saber que Julieta pode ver entidades assim como ela.
- Você sabia que a Julieta também
pode ver entidades? – Pergunto tentando esconder meu nervosismo.
- Pode? – Ela fica completamente
espantada. Ela realmente nem suspeitava...
- Sim, mas não no mesmo nível que
você, em um nível um pouco inferior. – Afirmo tentando me acalmar para o
verdadeiro motivo de ter trago ela ate aqui. Nivel inferior já que ela não pode
ver as asas de Samael e minha aura. Ela apenas sentiu minha aura.
- Mas... Porque ela fica me
xingando e excluindo? – Rafaela pergunta inquieta. Infelizmente ela não me
contou.
- Eu não sei! – Afirmo agitado. É
agora ou nunca. – Mas deixando isso de lado. Tenho uma coisa para lhe dizer. –
Meu coração acelera.
- E... O que é? – Rafaela pergunta
ficando novamente vermelha. Hã? Tive uma visão de uma espada atravessando ela.
E a frase que Judai falou antes que eu perdesse a consciência, passou pela
minha mente. Seguro rapidamente os ombros de Rafaela e a empurro.
Riu de mim mesmo, por achar que
poderia ter uma vida normal. – Eu... Finalmente entendi o que aquele cara
queria dizer com aquilo... Demônios não devem pensar em anjos. Isso apenas
trará problemas para os anjos. – Afirmo sentindo uma grande tristeza em meu
peito. Essa é a escolha certa. Não devo trazer mais problemas para você.
- Abigor... Irá morrer aqui e
agora! – Uma espécie de múmia afirma enquanto sai da escuridão em que se
escondia.
- Não sou Abigor e nem pretendo
ser. – Afirmo irritado, afinal acabo de decidir deixar o que mais me importa.
Começo a liberar meu poder. – Que no caso é meu, mas se diz que é seu... Fazer
o que? – Abigor afirma com um tom irônico. Ignoro. Não posso liberar tudo pois
isso machucaria Rafaela. Então vou usar apenas essa pequena quantia. – E mesmo
que fosse não irei morrer aqui e nem agora. Ainda tenho muito para fazer. –
Afirmo com um sorriso surgindo em meu rosto. Ainda tenho que matar aquele anjo
desgraçado. Corro em direção a múmia e desvio de todas a suas investidas.
Bastante rápida, mas não o suficiente. – Seu corpo ainda é humano apesar de
tudo. Acabe logo com isso! – Abigor afirma irritado. – Acho que tenho uma idéia
que resolverá todos os meus problemas... Eu posso mandar mensagens telepáticas?
– Claro, mas não pode escutar pensamentos. – Abigor afirma calmamente.
- Por que não usa tudo que tem
Abigor? Caso não se apressar em usar eu irei usar o meu sem nenhum
ressentimento. – Essa múmia grita, irritada. Argh... Permito que a múmia me
acerte... Sua espada atravessa meu tórax... Isso dói pra caralho... Fico parado
enquanto as funções em meu corpo seção.
- Leaaandroooo... – Rafaela grita
desesperada. Maldição... Odeio ver ela assim... Mas é para o seu bem.
- Hã? Já morreu? Serio isso?
Deram-me uma seqüência imensa de avisos e você morre tão fácil? Que droga. – A múmia
fala, indignada, enquanto segura meu pescoço para tentar detectar batimentos cardíacos.
Vamos ver quem vai morrer seu maldito. É torturante... Não essa espada em meu tórax,
e sim escutar o choro de Rafaela. Ele me solta e vai em direção a ela. É agora
Abigor.
- Corra Rafaela... Corra... Minha
vida acaba aqui... Desculpe-me se eu não fiz nada alem de lhe trazer problemas,
mas eu quero que viva... Então, corra o mais rápido que puder... Com a ultima
gota de poder em minha alma eu irei segura ele aqui para você fugir. Sentirei
sua falta, mas não deixe que meu sacrifício seja em vão. – Falo mentalmente para Rafaela. Ela parece
espantada, mas se levanta e corre.
- Acha que vou te deixar fugir? –
A múmia fala fazendo posição de corrida.
- Fique bem ai! Eu ainda não
acabei com você! – Falo mentalmente para ele, enquanto começo a emanar uma aura
avassaladora e invocar minha lança. Ele fica completamente assustado e tremulo,
vira-se para mim. Em um movimento de fúria corro numa velocidade incrível e antes
que eu perceber, minha lança já havia transpassado essa maldita múmia.
- Como? Tão poderoso... – A múmia
afirma em suas ultimas palavras. Realmente estou bem poderoso... Ate mais do
que imaginava. – Mas precisa treinar... Você teve sorte de ele não ter desviado.
Se ele tivesse desviado, você estaria com a lança encravada naquela arvore ali.
– Abigor afirma autoritário.
- Pensando bem... Pode me chamar
de Abigor... Foda-se... Acabo de deixar meu único motivo de querer continuar
como um humano comum, fugir de você. - Afirmo calmamente, sentindo nada alem do
vazio em meu peito. – Então, morra! – Afirmo eufórico com um grande sorriso.
Giro com a lança, assim partindo ele ao meio. Depois das duas partes tão ao
chão: cravo a lamina da minha lança na parte superior e pisoteio a parte
inferior ate ambas virarem pó e faixas. – Eu posso acender um fogo que queime
ate as cinzas? – Pergunto a mim mesmo. – Não, mas pode extinguir a existência usando
poder na lança. – Abigor afirma calmamente.
Concentro poder em minha lança e
ela começa a emanar uma aura roxa e uma leve nevoa a cerca. Certo contra o chão
e todo o pó e faixas da múmia se extinguem junto com parte do chão. Argh... Repentinamente
meu corpo inteiro dói, principalmente a parte do tórax e caio ao chão sem
conseguir me mover.
- Afinal meu corpo ainda é
humano... – Afirmo deitado ao chão olhando para o céu. Apenas espero que
Rafaela não sofra muito com a minha ‘’morte’’. Bem, eu a conheci faz pouco
tempo, talvez ela nem sofra tanto. – Ta de brincadeira, humano? Tu se ‘’sacrificou’’
por ela... Ela nunca vai se esquecer de você! E quanto ao seu corpo... Vá com
calma e ele irá aos poucos se acostumas com seu poder e se tiver sorte ele
poderá ate mesmo se tornar imortal como minha alma, mas caso tenha azar, ele
irá se deteriorar repentinamente e você irá parar no limbo. Bem, soube que lá é
um lugar bem tranqüilo. – Abigor fala sarcasticamente. – Apenas quero que ela viva
a vida dela. – Afirmo em voz alta enquanto espero alguém me encontrar.
- E se ela continuar seguindo por
esse caminho? O que fará? – Judai pergunta enquanto se agacha ao meu lado. Como
é que esse cara surge do nada, sempre? – Cara irritante! – Abigor afirma
irritado.
- Eu não irei impedi-la, mas
tentarei protegê-la – Afirmo encarando ele.
Ele sorri – Mas você não irá
poder proteger ninguém por um bom tempo! – Judai afirma rindo de mim.
- Verdade, e provavelmente mesmo
depois de me recuperar eu ainda não estarei perto o suficiente para protegê-la!
– Afirmo entristecido.
- Verdade. – Judai confirma
olhando para os lados. – Mas caso queira eu posso protegê-la. Não tenho muito
que fazer mesmo e tipo... Quando ela estiver em perigo real, eu irei aparecer e
tirar ela, mas não a impedirei em suas decisões: fazer pactos, dar a vida por alguém
ou caso ela seda á alguma possessão. Sacas o botão ‘’run’’ dos jogos... Eu
posso ser o dela, por algum tempo e com acionamento automático. – Judai afirma
sorridente e fazendo sinal de positivo com a mão. Hã? A garota que estava com
ele acabou de parecer e chutar ele a cabeça dele e o lançou contra uma arvore?
- Já está pensando coisas
pervertidas não é? Pare com isso Judai! Isso é errado. A garota ainda é menor
de idade seu pedófilo pervertido. – Lindia afirma demonstrando indignação.
Judai levanta e encara Lindia por
alguns segundos. – Eu não mereço isso... Eu só quero dormir hoje... To sem saco
para discutir... Não adianta... É inútil... Vamos apenas embora, em silencio,
por favor. – Jadai afirma completamente depressivo e com uma voz tremula.
Depois disso ambos somem nas sombras.
Pouco tempo depois Lúcifer
aparece e fica em silencio por algum tempo olhando para mim com indignação. –
Sinceramente... Nem Abigor é tão idiota... Arrumar briga estando tão
machucado... Você é masoquista, Leandro? – Lúcifer afirma me encarando.
- Desculpa Lúcifer... Apenas
tinha que resolver um problema. – Tendo me desculpar mostrando a cara mais arrependida
com consigo fazer.
- Não me chame de Lúcifer enquanto
eu estiver nessa forma. Chame-me de Lucindra e eu sou sua tia aqui. Entendeu?
Estou apenas preocupada. – Lúcifer afirma mostrando preocupação. Não sei se
Lúcifer realmente está preocupada comigo ou com algo que queira que eu como
Abigor, faça para ela no futuro. – Tome cuidado. Lúcifer pode ler pensamentos
de demônios. – Abigor afirma calmamente. Bem, não tenho certeza se ‘’Lucindra’’
realmente está preocupada comigo... – Vamos levem ele para a limusine e vamos
para casa. O levantem com cuidado. – Lucindra afirma virando suas costas
enquanto os seguranças me levantam. Droga... Só espero que Rafaela não se meta
em problemas... Aquele Judai me deixou preocupado...
Continua...
Escrito por: Luan
Iaê? Como está indo a estoria? Algumas reviravoltas aqui outras ali... Está legal?
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