A felicidade pode fazer mal


A revelação foi feita pelo doutor Edward Diener (o doutor Felicidade) que reviu recentemente sua tese sobre os efeitos da felicidade: “Ser feliz demais não é bom. O contentamento em excesso torna as pessoas menos capazes, menos saudáveis e menos atentas aos riscos”. Segundo o psicólogo, uma margem de insatisfação evita a letargia.

indústria da felicidade cobra que sejamos felizes o tempo todo e isso acaba levando a um fenômeno comum hoje que é o consumo excessivo de antidepressivos. O consumo de antidepressivos no Brasil saltou de 20,6 mil em 2005 para 24,4 mil em 2007. Apesar de serem um avanço extraordinário, a prescrição de antidepressivos requer uma avaliação longa e precisa e muitos diagnósticos estão cada vez mais superficiais, revela o psiquiatra Renato Del Sant, Diretor doHospital Dia, o Instituto de Psiquiatria do hospital das Clínicas de São Paulo.

Muitas pessoas querem que você seja mais e mais feliz. Cedo ou tarde atentamos para o fato de que a felicidade completa é irrealizável. E completa o escritor italiano Primo Levy, sobrevivente do holocausto: “Poucos atentam para a reflexão oposta: que a infelicidade completa também é irrealizável”. Outro ponto importante, só conseguimos a percepção de um sentimento em comparação com os outros estados de ânimo.

A importância dos obstáculos já foi defendida também por Nietzsche: "O que não me mata me torna mais forte”. Muitas vezes ao passar por um trauma ou uma infelicidade, as pessoas passam a valorizar o que realmente importa. Há quem defenda que as fases de depressão levam a questionamentos que despertam a criatividade. A matéria ainda destaca nomes de personalidades que passaram pela fase depressiva: Ludwig Van Beethoven, Friedrich Nietzsche, Vincent Van Gogh, Edvard Munch, Alberto Santos Dumont, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Elis Regina, Janis Joplin, Wood Allen...

Uma pesquisadora da Universidade de Yale, June Gruber, defende a ideia de que uma pessoa que se considera feliz tem disfunções similares a quem é triste ou depressivo. A diferença se dá pela manifestação dessas disfunções no comportamento de cada indivíduo: o triste tende a focar sempre no próprio sofrimento (o que não significa que ele não tenha sentimentos bons) e o feliz, foca o tempo todo apenas na alegria (o que não significa que ele não tenha sentimentos tristes).

A felicidade em excesso pode ser um problema sério segundo a pesquisadora, já que a pessoa feliz demais pode ignorar fatos que, naturalmente, produzem tristeza, como a morte de alguma pessoa próxima. Existem casos de pessoas que ficam inabaladas diante de acontecimentos trágicos simplesmente porque não conseguem sentir a tristeza, e isso não é saudável.

O fato da falta de emoção negativa pode ser capaz de fazer com que uma pessoa perca as noções de perigo, envolvendo-se em atividades incomuns, correndo risco, fazendo apostas e afins. É preciso ficar atento sempre às suas manifestações de felicidade e excitação, pois, em alguns casos, isso pode ser caracterizado como hipomania, que nada mais é do que um estado de euforia extrema, presente em pessoas que apresentam transtornos psicológicos ou psiquiátricos como a depressão e a bipolaridade.

Em alguns casos, juntamente com a felicidade excessiva ou com a hipomania, vem também a compulsão, o desejo por adquirir bens sem que se tenha renda suficiente para isso, ou a compulsão por tarefas, que é quando a pessoa sente vontade de dar início a diversos projetos diferentes, sendo que dificilmente conseguirá concluir algum deles. Ou seja: felicidade tem, sim, o seu lado não tão feliz assim, e é preciso que você esteja sempre atento para, se for o caso, procurar ajuda psicológica ou médica.

Cuidado para não se tornar refém da felicidade, da mesma forma como hoje as pessoas se tornaram reféns dos padrões de beleza...

Fontes:
http://espartilho.wordpress.com/
http://www.megacurioso.com.br/

2 comentários:

  1. humm interessante, sempre questionei a agonia como um meio de felicidade, sou wanna be e sei que realmente é triste a felicidade quando vem em forma surreal, pronto se isso ajuda o blog continuar vivo, então vida longa pra você, muito bom o post

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