Portadores do Pecado... Parte- 2





Ao abrir meus olhos, vejo varias sombras de pessoas, nas paredes, e meus pais vindos em minha direção com adagas, mas eles estremecem por um momento... Nesse meio tempo todas as sombras se juntam em um único local perto da porta. As mãos de meu pai começam a tremer e a apontar a lamina para ele mesmo. Lentamente ele encosta a lamina em sua garganta e a corta, assim, fazendo parte de seu sangue chorar em cima de mim, e depois caindo agonizando no chão. Minha mãe fez o mesmo logo depois... Eu estava em completo choque... Minha mente se esvaia de qualquer pensamento. As correntes afrouxam-se, me levanto e o sangue de meus pais, agora estava aos meus pés, todas as sombras haviam sumido, eu tentei chorar, mas não conseguia... A partir desse momento minha vida teria acabado. A dor em meu peito era tão grande que, mal era capaz de saber o que eu estava sentindo. Quando olho para trás vejo uma criatura estranha... Não possuía uma forma concreta, era apenas uma fumaça negra com um sorriso enorme, com dentes afiados e olhos brancos com cruzes negras invertidas nas duas orbitas brancas... Falando para mim sem fazer um único movimento: - Pode me chamar de Ruthar, e eu vou cuidar de você! Vamos! – Depois disso eu apenas fui para um orfanato e rapidamente fui adotado por um homem estranho, sempre usava um capuz e nunca mostrava seu rosto... Mas no segundo dia ele sumiu e a criatura reapareceu falando que era meu guardião e que aquele homem era ele... Bem, não tenho motivos para discordar... Agora mesmo, estou com os punhos sujos do sangue de cinco ‘’valentões’’ do meu colégio atual... Tenho 17 anos, estou no terceiro ano do ensino médio, e a 7 anos tenho uma vida turbulenta e cheia de brigas.



 Todos antes de me conhecer me descriminam e os ‘’valentões’’ me perseguem atrás de briga... Não gosto de rejeitar esse tipo de pedido e pelo visto eles nunca aprendem, esse é o motivo de quase toda semana estarem caídos desmaiados como estão agora...
- AHAHAHAHAHAHAHAHA... Para que pensar nisso Arcanjo? Esta refletindo sua vida mais uma vez? Mas que perda de tempo... – Fala Ruthar saindo das sombras dos briguentos caídos no chão, talvez ele seja o motivo de tudo isso...
- A vida é minha eu faço o que eu quiser! – Falo virando as costas e pegando o caminho de casa.
- Talvez eu seja o motivo? Mas que ingrato... Eu te salvei seu ingrato, me de respeito seu mal-humorado! – Fala Ruthar me seguindo.
- Para de ler minha mente, isso é irritante!- Falo o encarando.
- É por isso que ninguém gosta de você... Você se irrita muito fácil... Tenha calma criança! – Termina de falar com seu sorriso imóvel.
- O que mais me irrita em você é essa sua cara com esse sorriso imóvel... Você não fica triste não? Você só fica sorrido! – Pergunto curioso, sempre quis saber sobre isso mesmo.
- Quem sabe... – Fala pegando minha frente. Será que o chateei? Depois de 3 minutos de caminhada escuto gritos de uma mulher, vindo de um corredor a minha frente. Corro e ao chegar lá vejo 3 homens tentando abusar de uma garota de aproximadamente 16 anos. Corro e dou uma voadora no ombro do que esta segurando a garota o jogando contra os outros dois. Essa sensação, sempre a sinto quando vou brigar... Meu corpo começa a ficar quente, como se estivesse em chamas, começo a perder a capacidade de raciocínio e se não bastasse sinto algo dentro de mim, algo querendo sair, como se fosse uma besta violenta gritando em minha cabeça... Ao levantarem, eles vem em minha direção...
- Calma ai... Esse cara é o Arcanjo... Eu não vou lutar contra ele! – Vira as costas e correm, os outros abaixam o punho e fazem o mesmo... Aparentemente, sou muito conhecido por aqui... hehe...
- Você esta bem?- Pergunto a garota, tentando ser o menos intimidador possível.
- Claro que estou... Melhor agora que encontrei você! – Segurando meu rosto ela me beija e continua a falar – Gabriel Arcanjo do Nascimento! Ou deveria dizer o pecador da fúria?
- O que? Como você... – Não consigo falar? Estou tonto... Droga, o que é isso? Não estou vendo nada...
Onde estou? Parece um quarto de hospício... Eu vim parar em um hospício? Como assim? E se tudo que aconteceu agora foi apenas minha imaginação? Caramba, que droga...
- Para de pensar besteiras seu lunático... Vá para a outra sala... Pensando bem... É, você esta louco, e eu sou apenas uma ilusão... Da sua mente... Porque você é doido... – Fala sarcasticamente...
- Ok... Eu tenho que ir para a outra sala certa? Mas o que tem lá e o que eu estou fazendo aqui?- Pergunto me levantando do chão.
- Você esta aqui porque você é um louco... E não tem nada na outra sala! Isso tudo é sua imaginação... Eu não estou aqui!- Ele deve estar se divertindo com a situação...
- Para com isso... – O encaro.
- E você vai fazer o que? Você não pode me pegar esqueceu? – Se aproxima de mim. Verdade... Eu não posso pega-lo, nas minhas fúteis tentativas de socá-lo eu já cai de uma ladeira, do segundo andar da escola, da escada, do telhado da minha casa... Eu ainda vou atrás de um exorcista...
- Nada... Já estou indo! – Viro minhas costas para ele e vou em direção a porta. Ao abrir a porta vejo um garoto aparentemente da minha mesma idade parado no meio da sala. A porta fecha quando passo por ela e o garoto se aproxima de mim, me cumprimenta com um aperto de mão.
- Agora esta na hora de saber quem é o verdadeiro portador da fúria! – Levando os seus punhos ao rosto, ficando em posição de boxe. Não me importo em saber quem é portador de que, mas não sou de rejeitar um luta.
- Ok, mas não irei pegar leve com você!- Falo sorrindo e imitando a sua posição de boxe, afinal não tenho um estilo próprio. Sinto vento passando pelo meu rosto... Ao olhar para a esquerda vejo a mão do garoto... Como? Eu não o vi fazendo esse movimento!

- Preste atenção... Na próxima não irei errar de propósito! – Fala sorridente, praticamente cantando vitoria... Isso me irrita...

Continua...
Escrito por: Luan

Querem que eu continue?

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