SS

Cartas de um SS


Marie et Louise, 20 de dezembro de 1943

Infelizmente não pude passar o natal com você e meu filhote, já que só fazem 3 meses que estou servindo as forças da SS, felizmente Marie, como os soldados apelidaram a cidade, é muito bonita, tem um clima medieval incomparável.

Marie et Louise, 27 de dezembro de 1943

Tenho escutado estranhos relatos de patrulheiros noturnos, que dizem ser atacados por lobos mas quando mando uma equipe para analisar não encontram nada, isso tem me causado bastante transtorno com meus superiores.

Marie et Louise, 15 de janeiro de 1944

Desculpe pela falta de noticias nesse últimos dias, isso é graças a exploração do subsolo da cidade o qual descobrimos ser imenso, infelizmente não tenho acesso a toda extensão desse local, os superiores só me permitiram entrar por eu ser um dos poucos historiadores na equipe, encontrei peças da roma antiga, isso me deixa cada vez mais fascinado por esse local.

Marie et Louise, 19 de janeiro de 1944

Finalmente estabelecemos uma antena de recepção de rádio, logo irei voltar para casa, mas o que mais me deixa irritado é a falta de informação sobre como conseguimos manter toda a cidade com energia e o que aconteceu com os desaparecidos do caso dos lobos, já que agora não apenas, há relatos de desaparecimentos. Pessoas com grandes marcas de mordidas e acontece uma infecção bizarra que altera a cor e a forma do braço, para um tecido negro e rigido. Peço que diga ao nosso filho que não esqueci de seu aniversário, só não pude lhe mandar uma carta no dia.

Marie et Louise, 23 de janeiro de 1944

Encontramos o animal por trás desses assassinatos, se é que posso chamar àquilo de animal, uma criatura completamente negra. Não apresenta olhos, mas consegue nos encontrar, possui as patas dianteiras de símio e uma mandíbula com pressas extremamente afiadas que liberam um muco que acreditamos ser a causa das infecções, graças ao meu assistente não fui mordido, graças a ele. Possivelmente voltarei para casa daqui há 2 meses.

Marie et Louise, 27 de janeiro de 1944

Sou assistente do seu marido. Mando essa carta em nome dele já que ele não pode escrever, uma das criaturas mordeu o braço direito de seu marido ele ficará internado por algum tempo e não pode voltar para casa no tempo estipulado.

Escritório geral da SS, 30 de janeiro de 1944

Sentimos informar Sra. Sara Heirner que seu marido Willian Courtengan, faleceu em campo e seu corpo não foi encontrado, nossas sinceras condolências.

Relatos de um SS

Dia 27 de dezembro, vi algo dantesco estava fazendo uma patrulha com mais dois soldados rasos, quando escutamos um barulho e meu colega de grupo foi puxado para uma viela por algo que não soube descrever, no mesmo momento fomos procurar ele mas não encontramos nada a não ser manchas de sangue. No dia seguinte um grupo foi mandado para procurar uma entrada no local do desaparecimento fui com eles pois meu colega se negou a sair de seu dormitório com medo do que chamamos de dunkelheit. Achamos uma espécie de bueiro que nos levou a um aqueduto,  me pediram para chamar o historiador que havia vindo com as tropas, Willian era seu nome um homem de 30 anos que parecia muito ligado ao seu ofício me aproximei dele e falei: "Professor Willian"- no mesmo momento ele me corta – "Pode me chamar só de Will"- com um sorriso no rosto que me acalmou, prossegui com o que me pediram – "Me disseram para levar o senhor até a entrada do arqueduto que encontramos parece ser bem antigo." - com uma expressão de louco ele diz – "O que esta esperando vamos me leve lá!" - fizemos o caminho em alguns minutos Will era uma pessoa bem extrovertida, isso fez que eu me acalmasse mais, quando chegamos ao aqueduto Will tinha uma expressão digna de um assassino em série e em completo estado de estéria ele gritou – "São da Roma antiga!!!"- fiquei incrédulo com aquilo  como ele poderia saber só de entrar no local mas ainda assim não falei nada.

Dia 15 de janeiro, me tornei assistente do professor Will, meu trabalho é ajudá-lo a catalogar e armazenar as peças que encontramos. Will é um homem feito, completamente diferente de mim que ainda sou jovem, já é casado e tem um filho na qual parece ter forte afeição. Quase todas as noite o vejo escrever para sua família, mas nem sempre as manda, algumas das peças que achamos tem grande atenção do Will, ele me citou uma parte traduzida de uma delas que dizia o seguinte – "A piramide é o centro do véu que mantem o tecido frágil... e que permite aos lobos rosnarem livres." - Will me diz que uma parte não é legível e que a frase não tem muito sentido, mas tenho notado que a cidade parece diferente não só na arquitetura mas também no tempo, as vezes soldados dizem ver sombras andando pela cidade além dos dunkelheit que ainda são um mistério e continuam vitimando os soldados da patrulha, estou saindo para enviar uma carta do doutor Will, algo que virou um hábito comum. Fiquei intrigado com o mau humor de Will, ao voltar para sala onde guardamos as peças. O encontrei reclamando como nunca – "Como eles podem negar a entrada de um historiador em um local de tanta importância histórica!!!"

Dia 24 de janeiro, finalmente vi o dunkelheit, uma visão que nunca sairá da minha cabeça, parece não ser do nosso mundo, mas o pior é que nós já tínhamos visto em uma das peças. Nela ele havia sido citado como lobo e pelo que parece não há só um e sim centenas, após ver aquilo Will fala para mim – "Preciso que vá até a sala das peças essa noite mas não deixe que te vejam." - faço que sim com a cabeça, me retiro da sala e fico só em pensamentos: "O que esta passando pela cabeça do Will?" Ainda assim não questiono seu pedido e vou para a sala no horário marcado. Ao chegar lá me deparo com Will sentando olhando um mapa que estava dentro de uma das peças que achamos, tinha o formato da cidade e no mesmo local da igreja que coincidentemente é onde a antena de radio foi posta, Will disse que dia 26 à meia noite vai entrar no arqueduto e pede que eu vá com ele, concordo em ir mas peço que ele tome cuidado pois alguns soldados acham estranho o jeito que ele tem agido.

Dia 26 de janeiro, são quase meia noite, acabamos de entrar no arqueduto e estamos seguindo o mapa que Will me mostrou, parece que o mapa é real mas não dá pra ter absoluta certeza. Will olha para mim e fala – "Quando passar por esse arco perca toda esperança de voltar."- Me assusto pois ele estava muito sério. Chegamos na metade do caminho,  mas o pior acontece. Will é mordido por um dunkelheit, desesperado pego minha pistola e descarrego na cabeça daquela "entidade", em seguida faço um curativo e digo para voltarmos, quando voltamos para a cidade Will me pede para escrever uma carta que ele vai ditar, na mesma ele não conta o que aconteceu e me pede para não contar para ninguém.

Dia 29 de janeiro, mesmo com seu braço inflamado Will me pede para voltar com ele ao arqueduto, mas dessa vez ele informa ao superiores sobre nossa descoberta e um pelotão vem conosco, cerca de 25 pessoas contando comigo e Will estão no aqueduto. Infelizmente a informação que tínhamos era verdadeira. Quando chegamos ao meio da cidade vimos os dunkelheit agarrados no teto e uma piramide no meio da sala, Will parece muito interessado na piramide e não se incomoda com a presença das bestas. Estamos no meio da sala e Will está recitando um texto que parece estar escrito no chão à frente da piramide, ao olhar em volta vejo que os dunkelheit começam a descer e onde eles estavam não era somente o teto e sim os corpos mutilados de nossos companheiros fincados na parede, eu e os soldados começamos a nos desesperar e atiramos a esmo, mas não percebemos que nosso maior inimigo estava atrás de nós, um dia àquilo fora Will, mas agora é somente uma criatura com feições humanas... Escuto um grito de desespero e vejo um colega com um enorme buraco no tórax, foi Will quem fez aquilo! Me tenho preso ao meu desespero e grito – "Por que fez isso!?" - com um estalo de dedos os dunkelheit atacam os soldados ao meu redor e ele diz – "Tudo pela historia." - Após isso só sinto ele acertar um golpe em meu peito. Corri para fora da cidade e por enquanto estou à salvo... Por enquanto...

Escritório geral da SS, dia 31 de janeiro de 1944

Os soldados restantes em Marie et Louise devem selar todas as passagens e sair de lá imediatamente!

Fonte: Baseado no livro de Eduardo Sphor.
Escrito por: Matheus C. Dias "Primeiro Anjo"

Bem galera esse post duplo foi um "jeito" de tentar compensar minha ausência nos últimos dias, que eu acho que nem foi notada, mas deixa pra la, espero que digam oque acharam: desde um  básico odiei, até o ficou uma merda, mas como ja dizem se apreende errando.

Um abraço desse maluco que sou eu o primeiro anjo...

2 comentários:

  1. amei cara, bem escrito. Parabéns

    ResponderExcluir
  2. gostei muito,como você especificou todos os detalhes e deu um "tchan" no final da historia!!!...uma das historias mais emocionantes que já li.! Parabéns!

    ResponderExcluir