“O homem não teceu a teia da vida
Ele é apenas um fio dela
Qualquer coisa que ele faça com a teia
Faz consigo mesmo”
Estados Mentais dos
Lobisomens
Esta seção
discute as mudanças pelas quais podem passar a psiquê do Lobisomem ou as mentes
das pessoas ao seu redor. Também são discutidos problemas que os Lobisomens têm
em interagir com a sociedade humana ou lupina.
Vamos ver alguns
exemplos:
O Frenesi
Todas as tentativas
de controlar a fúria interior devem ser consideradas tentativas da parte do Lobisomem
em “despertar a Fera”. Controlada, Fera permite ao Lobisomem desempenhar feitos
extraordinários.
Há vezes,
porém, que uma parte grande demais da Besta é despertada, e o Lobisomem cai
numa fúria enlouquecida conhecida como Frenesi. Ele se torna uma criatura de
emoções intensas, movido apenas pelo instinto, com pouca capacidade de controle
cognitivo.
Os Lobisomens
frenéticos mudam imediatamente para a forma Crinos ou Hispo, atacando cegamente
os indivíduos à sua volta ou correndo para a floresta. Um Lobisomem à beira de
entrar em Frenesi pode tentar controlar a Fera mediante meditação. Caso
consiga, ele não entra em Frenesi, mas é impedido de realizar ações.
Os instintos
de lutar ou correr são muito fortes num Lobisomem frenético. Ele é tomado
completamente por um (ou por ambos) desses impulsos. Se o Lobisomem correr,
será considerado que ele foi tomado pelo Frenesi Raposa. Mas se o Lobisomem
permanecer onde está e combater, então ele foi tomado por um Frenesi Selvagem.
Um Lobisomem selvagem
pode voltar-se contra os membros da sua própria Matilha ou contra qualquer
outra pessoa (inclusive humanos indefesos) nas proximidades, se não restarem
mais inimigos. Os Lobisomens selvagens às vezes caem inconscientes logo depois
do furor selvagem se dissipar.
Os Lobisomens
cujos níveis de fúria excedam sua razão não se recordam de nada que aconteceu a
eles durante o Frenesi Selvagem. Enquanto se encontra em Frenesi, o Lobisomem
não pode empregar manobras de combate de luta corporal, nem usar armas ou Dons.
Suas táticas limitam-se a lacerar e morder.
Eles não usam
estratégias como emboscadas ou manobras de Matilha. Durante um Frenesi
Selvagem, o Lobisomem precisa correr até um inimigo e atacá-lo. Já ao sofrer um
Frenesi Raposa, o Lobisomem precisa correr para longe. Qualquer que seja o
caso, o Lobisomem frenético lutará com qualquer coisa que cruzar seu caminho.
A duração de
um frenesi é altamente variável, dependendo do quanto a situação estressante
dura. O Lobisomem permanecerá frenético enquanto estiver sentindo perigo. Se o
Lobisomem puder escapar da cena e fugir em busca de um lugar onde se esconder,
ele irá recuperar-se do Frenesi tão logo possa descansar por um tempo.
O Frenesi dura
o dobro se o Lobisomem estiver faminto. Simplesmente pense em você mesmo como
um animal em pânico que se viu numa situação assustadora da qual está tentando escapar,
seja matando o perigo ou fugindo dele.
A principal
vantagem do Frenesi é que o Lobisomem não sente os ferimentos, sua fúria é tão
grande que ele simplesmente ignora a dor. O Frenesi depende da fase da Lua,
portanto, lendas de ataques de Lobisomem durante a Lua Cheia não são simples
coincidências.
Vamos ver
algumas situações que podem incitar o Frenesi:
– Embaraço
– Humilhação
– Qualquer
emoção forte, como paixão inveja e até desejo
– Fome extrema
– Confinamento,
impotência diante do inimigo
– Insultado
por um inimigo
– Você foi
injustiçado
– Há prata nas
proximidades
Ocasionalmente,
a fúria de um Lobisomem chega a extremos, quase consumindo-o. A Fera assume o
controle, e o Lobisomem comete depravações que, em sua condição normal, jamais imaginaria.
A Fera é a
mácula da corrupção dentro da alma de cada Lobisomem, e a corrupção às vezes
exige o seu quinhão. Dependendo de sua raça, o Lobisomem pode reagir de certas formas
durante este tempo.
Vejamos:
Hominídeo
A Devoradora
de Almas maculou a humanidade e, portanto, a raça Hominídea é suscetível a seu encanto
sombrio. Os Hominídeos sob influência da Devoradora de Almas tendem a cometer
atos de canibalismo, não apenas contra os de sua própria espécie, mas também
contra os lobos.
Caso o Hominídeo
incapacite ou mate um inimigo, ele deixará que sua fome assuma o controle. As
histórias de horror sobre Lobisomens canibais são, em sua maior parte, resultado
desses Frenesis, piedosamente ocultos que são pelo Delírio.
Impuros
A Profanadora plantou
suas sementes nos Impuros, Realmente, muitos Lobisomens acreditam que o crime
contra a Litania que produz um Impuro resulta da tentação da Profanadora. Os Impuros
sob a sua influência cometerão atos terríveis de perversão (a despeito do sexo
da vítima).
Se o Impuro
incapacitar ou mesmo matar um inimigo, ele permanecerá parado na maior parte
das vezes, mesmo que no meio de um combate, e será tomado por seus impulsos perversos.
É preciso enfatizar que esta não é necessariamente uma característica dos Impuros,
trata-se apenas de uma maldição que eles precisam enfrentar, a mácula de uma
entidade exterior.
Lupinos
A Fera da
Guerra cravou suas garras corruptoras nos Lupinos, transformando seus Frenesis
em necessidades animalescas e transformando leves ressentimentos em explosões
de ira.
Os lupinos sob
a influência da Fera da Guerra perdem todo o senso de piedade, mesmo por seus
companheiros de Matilha. Eles são tão propensos a atacar indivíduos de sua
própria espécie quanto o são a atacar inimigos.
Se qualquer
combatente, mesmo um companheiro de Matilha, estiver incapacitado, o Lupino atacará o combatente caído, mesmo que para isso
precise afastar-se de outro inimigo. Quando o Frenesi terminar, a mácula da Fera
da Guerra abandona o Lobisomem.
Todo Lobisomem
teme um frenesi como esse, porque ele acaba com as ilusões que os Lobisomens
nutrem quanto ao seu heroísmo e natureza pura. Não há como escapar da verdade
cruel de que a corrupção reside não apenas no mundo externo, mas também no
interior de cada Lobisomem.
Alguns Lobisomens
chegam mesmo a cometer suicídio depois de um Frenesi como esse, por acreditarem
que estão irremediavelmente a serviço da corrupção.
A Maldição
A natureza
animal dos Lobisomens permanece muito próxima à superfície. Além disso, a
despeito dos milênios, os humanos ainda lembram subconscientemente o terror
noturno dos ataques de Lobisomens.
Portanto,
sempre que a fúria de um Lobisomem excede a razão de um humano, o humano
instintivamente sente-se inquieto na presença do Lobisomem, não importa qual
seja a forma que este está assumindo no momento.
Os Lobisomens
com nível alto de fúria tendem a ser evitados por humanos, que murmuram sobre “aquele
cara estranho” quando ele passa. Os Lobisomens chamam esse efeito de Maldição, e
uma maldição ela é, porque separa eternamente Lobisomens de humanos, impedindo
relacionamentos estáveis e casamentos.
Um Lobisomem
não pode manter uma vida familiar com um humano, porque a fúria se interpõe
continuamente entre os dois. Muitos Lobisomens Hominídeos são criados em lares
desfeitos, com o pai ou mãe Lobisomem ausente durante o crescimento da criança (embora
a Tribo do pequeno Lupino o vigie constantemente).
A maldição ocasionalmente
afeta também os lobos. Eles sentem alguma coisa sobrenatural no estranho em seu
meio. Mesmo entre os lobos, os Lobisomens normalmente não são bem-vindos. Apenas
entre eles mesmos podem encontrar a amizade autêntica e, mesmo assim, a
consumação do amor físico é rigorosamente proibida pela Litania.
A tragédia de um
Lobisomem é a sua fúria, uma barreira que se interpõe continuamente entre um Lobisomem
e os humanos, lobos e até mesmo outros Lobisomens.
Tragédia na Família
Poucos Lobisomens
são capazes de estabelecer relacionamentos longos com humanos porque, para os Lobisomens,
é praticamente impossível controlar indefinidamente sua fúria, e os humanos não
conseguem suportar a memória do que acontece quando se perde o controle.
Todo Lobisomem que esteja tentando
viver como um humano normal, sempre alguma coisa pode acontecer para arruinar
ou prejudicar o relacionamento do personagem com aqueles com quem estava
vivendo. A Fera emergiu, o Delírio foi acionado, e os familiares ou amigos do Lobisomem
nunca mais confiarão nele.
O Delírio
Sempre que os
humanos vêem um Lobisomem em sua forma Crinos, eles ficam descontrolados de
alguma forma. A exata reação varia enormemente de um humano para outro, mas uma
raça não esquece que foi caçada durante 3000 anos.
O temor que os
humanos sentem por seus antigos predadores é inconsciente, inato e instintivo, semelhante
ao terror acionado quando uma silhueta de gavião se projeta sobre um ninho de
filhotes de rato.
Esta reação, chamada
Delírio, é o motivo pelo qual os Lobisomens não foram descobertos e tantos não
acreditam em sua existência. A insanidade permanente é o resultado típico de encontros
repetidos com o monstro Crinos. A reação individual frente à visão de um Lobisomem
em sua forma meio-lobo varia de acordo com a pessoa.
Certas
culturas humanas são imunes ao Delírio ou menos afetadas por ele. Uns poucos
indígenas jamais sofrem os efeitos colaterais de terem sido caçados por Lobisomens.
Entre os exemplos estão os aborígines australianos, algumas tribos amazônicas e
alguns índios americanos.
Vejamos alguns
exemplos dos efeitos do Delírio:
Medo Catatônico: O indivíduo é o receptor indefeso de uma
grande dose de memória ancestral. A visão do Lobisomem leva o pobre infeliz a
cair em posição fatal e choramingar.
Pânico: Afaste-se! A pessoa se move para o mais distante que
seus pés puderem separá-lo do Lobisomem, gritando e ignorando obstáculos, como
vidraças e quedas de trinta andares.
Descrença: A pessoa se recusa a aceitar a realidade do Lobisomem,
atribuindo a visão de um homem-lobo a estresse, neuroses ou a efeitos de
alucinógenos.
– Isto não está acontecendo, cara! Devo
estar maluco! (ri histericamente).
– Não importa, cara. você não é real. Pra
trás, pra trás....
Selvageria: Tomado por um terror profundo, o humano executa
algum tipo de ação, qualquer tipo de ação. Ele pode sair correndo pelas ruas
quebrando janelas ou pode saltar sobre o Lobisomem, cravando as unhas no
monstro.
Terror: Muito medo. Não exatamente pânico total, mas o
humano sairá correndo para longe do Lobisomem, gritando. Ele ainda agirá
racionalmente, o humano entrará em seu carro, fechará portas atrás de si, etc...
Conciliatória: A pessoa, embora faça tudo que pode para
ficar calma e aplacar a fera, está à beira de um colapso. Ele fará qualquer
coisa para evitar ser ferido
– Tá legal! Faço o que você quiser, só não
me machuca, por favor!
Medo Controlado: Talvez esta pessoa seja um ex-combatente do
Vietnã ou um tira veterano. Ela manterá um comportamento calmo (embora no
íntimo esteja apavorada) e reagirá de forma racional, lutando ou fugindo,
conforme apropriado.
Curiosidade: Este indivíduo pode ser o típico pesquisador
distraído, ou apenas um maluco que pense que o Lobisomem é o produto da
combinação por clonagem dos gens de Elvis Presley e do Pé-Grande. De qualquer
forma, ele ficará mais fascinado que assustado, chegando ao cúmulo de estudar o
Lobisomem (a uma distância segura). Este é o tipo com mais chances de
racionalizar posteriormente os fatos.
Sede de Sangue: Talvez o Ta-ta-ta-e mais um monte de
ta-taravô do cavalheiro tenha sido um cacique índio que matou um Lobisomem na
forma Crinos. Sua reação será mais de raiva que de medo.
– Está para nascer o monstro que a Srta.
Kitty não dê cabo (abraça afetuosamente sua espingarda).
– Vou matar esse safado e pendurar a pele
dele sobre a lareira. Homem que é homem não tem medo de cachorrão!.
Sem Reação/Frio: Esta pessoa ou tem nervos de aço ou um
cérebro de gelatina. Por alguma razão bizarra, a aparência do Lobisomem não
provoca nenhuma reação neste sujeito. Se o Lobisomem falar com ele, o sujeito
responderá, com calma e tranqüilidade:
– Sim?
Mas nem sempre
essas últimas acontecem. Na maioria das vezes, o humano fica totalmente
paralisado, corre de medo ou até se atira pela janela do 20º andar pra fugir do
monstro.
O Véu
Depois que um
humano delirante tiver perdido o Lobisomem de vista, ele geralmente esquecerá
ou racionalizará o que ocorreu. Este mecanismo de defesa mnemônica é conhecido entre
os Lobisomens como o Véu.
Dentro de
alguns dias a memória do encontro estará, na melhor das hipóteses, nebulosa, e
o humano pensará:
– Isso. Acho que o cara estava fantasiado de
Rabujento, o Cão Detetive, ou alguma coisa do tipo. Devia ser uma campanha
publicitária...
Bem, esses são
alguns exemplos de como um humano poderá agir ao encontrar um Lobisomem na
forma Crinos pela frente.
Mas nem todas
sempre acontecem. Na grande maioria das vezes, o que acontece mesmo é um pânico
terrível. O humano tende a correr até não poder mais ou até se jogar pela
janela do 20º andar para escapar do monstro.
Mas isso
depende de cada pessoa. Qual seria a sua reação ao ver um Crinos na sua frente
com garras e presas enormes à mostra?
Nunca se
sabe...
Continua...
Walacionil Wosch
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCom quantos anos um lobisomem puro se transforma?
ResponderExcluir18, e quando a alma encontra o equilíbrio entre o mundo espiritual e físico! espero ter ajudado.
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