Henrietta Lacks - A Mulher com Células Imortais

Nascida em Roanoke em 1 de agosto de 1920, faleceu em Baltimore em 4 de outubro de 1951, Henrietta Lacks foi a doadora involuntária de células cancerosas, mantidas em cultura pelo cientista George Otto Gey para criar a primeira linhagem celular imortal da história. Esta linhagem de células, utilizada em pesquisas médicas, atualmente é conhecida como HeLa, e torna Henrietta Lacks famosa no meio científico.


Henrietta Lacks, uma ex-lavradora de tabaco no sul dos EUA, era descendente de escravos. Aos 30 anos, mãe de cinco filhos, passou a sentir um caroço na altura do útero, embora escondesse as dores da família. Lacks foi diagnosticada com um tumor cervical e enviou células a um pesquisador do Johns Hopkins Hospital. Seu câncer produzia metástases (nova geração de células malignas feita por um tumor)  anormalmente (na verdade o "anormal" apenas aconteceu neste caso) rápidas, mais que qualquer outro tipo de câncer conhecido pelos médicos.

Após a morte de Henriette Lacks - com vários tumores, mesmo após os médicos alegarem controle da doença - ou ao menos grande parte dela, as células retiradas pelos cientistas que deveriam morrer dias depois, mas não morreram. Contiuaram se reproduzindo como se ainda estivessem no corpo de Lacks! Suas células continuaram sendo cultivadas para estudo de sua impressionante longevidade, sendo, por isso, distribuídas para vários laboratórios de todo o mundo.

Até hoje as células continuam vivas e se reproduzindo. Elas são cultivadas em vários laboratórios em frascos de plástico contendo soro bovino. Foram enviadas ao espaço para experiências sob gravidade zero. Nesse meio século desde sua morte, já foram formados tecidos vivos com elas, foram continuamente usadas em experimentos e pesquisas contra o câncer, AIDS, efeitos da radiação, mapeamento genético e muito mais. Jonas Salk as utilizou para produzir uma vacina contra a poliomielite. Calcula-se que a quantidade de células existentes nos laboratórios de todo o mundo supere o número de células da senhora Lacks em vida.

 Células HeLa coloridas artificialmente em laboratório.

As células HeLa (Henrietta Lacks) são chamadas de imortais por se dividirem num número ilimitado de vezes, desde que mantidas em condições ideais de laboratório. Atribui-se isso ao fato dessas células terem uma versão modificada da enzima Telomerase, implicada no processo de morte das células e no número de vezes que uma célula pode se dividir. Talvez algumas linhagens tenham sido contaminadas por outras células, mas todas provêm da amostra retirada do tumor da senhora Lacks.

Mas como essas células conseguiram modificar essa enzima e se dividir infinitamente?
Para isso ainda não há resposta, continua sendo um grande mistério...

Fonte: http://pt.wikipedia.org/

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