Carona Assombrosa


Hey, pessoal! Na verdade o que vou relatar não aconteceu comigo, mas sim com minha mãe, porém bem antes de eu nascer. No entanto, gostaria de ir logo avisando que (acho que) para muitos, esta história talvez possa soar sobrenatural demais, mas o que posso dizer sobre isso tudo é que minha mãe evitou de me contá-la por um bom tempo por achar que eu teria medo (e por sinal não tenho mais...), mas vários amigos e familiares conhecem muito bem esta história, no entanto evitam contá-la (não me perguntem por que, eu acho legal demais, mas vai entender...). Enfim, vamos aos fatos!

Há alguns anos atrás, minha mãe, minha avó (mãe dela), meu tio e um amigo estavam em Itarema, cidade do interior do Ceará, em viagem. No dia que estavam para virem embora, meu tio, que era o motorista, levou um choque muito forte, e não se sentiu em condições de dirigir. Minha mãe e o amigo sabiam do choque, porém minha avó não, e assim, pouparam-na de saber para não preocupá-la e assim acabarem adiando a viagem. Sendo assim, mamãe resolveu dirigir no lugar de meu tio, e para minha avó inventaram uma desculpa qualquer do motivo da troca de motoristas.

Bem, já que Itarema fica há mais ou menos umas 4 ou 6 horas de Fortaleza, eles resolveram partir já por volta da madrugada para chegarem à cidade de manhã. Porém, naquela época (e na verdade acho que até hoje), as estradas não tem nenhum tipo de iluminação, a não ser a lua e as estrelas, que até certo ponto não são muita coisa. Enfim, eles partiram nesse horário.

Viajaram por uma hora mais ou menos até avistarem um carro parado (provavelmente no prego) e o motorista estava do lado de fora acenando com a mão para eles pararem. Já que naquela época os riscos de um assalto ou sequestro nas estradas praticamente não existiam, eles pararam o carro e verificavam o que o homem queria. O motorista do veículo parado estava lá com mais sua esposa e filha pequena. A gasolina do carro deles havia acabado e ele estava pedindo um pouco emprestado. Sem se importarem em dar um pouco, mamãe desligou o carro, e os outros desceram e ficaram do lado de fora enquanto a gasolina era retirada de um carro para o outro. No tempo em que isso se procedia, eles acabaram conversando e se entretendo na conversa, e assim, mesmo depois de a gasolina ser dada, eles ligaram os faróis do carro e conversaram um pouco mais.

Eis aí, que o sinistro começou a acontecer.

Enquanto eles conversavam, uma moça, em suas vestes brancas (não era o tipico vestido fantasmagórico, eram apenas vestes normais, porém brancas) a pé, passou por eles de cabeça baixa e sem falar nada seguiu caminho. Todos que estavam conversando, pararam imediatamente de falar e viram a mulher que já ia sumindo dentre a escuridão da madrugada. Eles não entenderam nada e, sem demorar muito, já assustados, cada um entrou em seus devidos carros. O motorista do outro carro agradeceu pela gasolina e seguiu viagem, assim como mamãe fez. Porém, fazia apenas 5 minutos desde que a moça passou por eles, e esses cinco minutos foram o suficiente para ela desaparecer totalmente naquela estrada.

Depois de mais ou menos duas horas, quando eles já não esperavam encontrá-la mais, para a surpresa deles, avistaram a moça, ainda caminhando sozinha pela estrada escura. Minha mãe, sem se conformar em ela estar andando ali sem mais nem menos resolveu perguntar pra onde ela iria e se ela precisava de uma carona. Todos foram contra ela fazer isso, mas já que ela é muito curiosa e sempre foi a "rebelde" da família (e para o azar dos outros era ela que estava dirigindo), ela então decidiu-se e seguiu a moça até parar o carro ao lado dela, e a chamou...

A moça de cabelos longos e negros cobrindo as costas parou e, lentamente, caminhou até o carro. Quando ela recostou-se na janela e ergueu a cabeça, foi o suficiente para todos dentro do carro (exceto mamãe) não se atreverem a falar mais nada. A mulher, que tinha o corpo de uma moça de uns 23 a 25 anos, tinha o rosto de uma velha de uns 80 anos, ou mais! Enquanto quase todos congelaram, ela olhou para mamãe e perguntou calmamente:

- Sim?

Mamãe então, criou coragem e perguntou para onde ela estava indo. A mulher disse que estava indo para Fortaleza, assim como eles. Mamãe então arriscou e perguntou se ela não queria uma carona.

Nessa hora, todos do carro meio que se rebelaram em levá-la. Eles estavam completamente apavorados. Mas mamãe disse que aquilo era falta de educação e que ela iria dar uma carona sim. O problema é que todos os bancos, menos um de trás, estavam ocupados, e os que estavam atrás se recusaram a se sentarem lá com ela. Então mamãe fez um acordo. Meu tio, mesmo com o choque, se arriscou a dirigir, e mamãe trocou de lugar com o amigo que estava no banco do passageiro, fazendo-o passar para o banco de trás, e dividiu o banco do passageiro com a mulher, que aceitou a carona. Após isso, eles partiram.

Depois que a mulher entrou no carro, ninguém, além de mamãe, se atreveu a dar um "piu", era como se estivessem tão apavorados que estavam quase em estado de transe. Então, vendo que eles não iriam falar nada, mamãe começou um diálogo com a mulher. Começaram a conversar sobre qualquer coisa que tirasse o medo dos outros, porém, com o tempo, mamãe, que estava bem imprensada com ela na cadeira, achou estranho pois ela não sentia o atrito do corpo da mulher, era como se ela não estivesse lá. A janela estava aberta e o vento que soprava não mexia um fio de cabelo da mesma, que sempre se mantinha de cabeça baixa e os cabelos cobrindo-lhe boa parte do rosto. Sendo assim, mamãe preguntou.

- Moça... Senhora... não sei, o que você estava fazendo por aqui uma hora dessas? Por que estava só?

Então a mulher respondeu:

- Eu estava em um passeio com mais quatro amigas, porém o carro capotou... e todas morreram...

Nessa hora até mamãe não pode negar o calafrio. Então avaliou toda a situação, todo o ocorrido, e depois de repensar e pensar várias vezes, criou coragem e perguntou:

- Me desculpa mas... a senhora já morreu?

Essa foi a única vez que minha avó se pronunciou:

- Menina, o que é isso?! Isso é coisa que se pergunte?! - disse minha avó nervosa.

Minha mãe não respondeu, já a mulher, no entanto, apenas foi virando seu rosto lentamente para minha mãe e ainda com um pouco de cabelo na cara perguntou, de uma forma meio sinistra:

- Você acha?

Mamãe então respondeu:

- Só pode ué! Olha, você estava andando sozinha no meio da madrugada, a pé, numa estrada completamente escura, você tem um corpo de moça e rosto de velha, disse que estava com suas amigas em um carro, ele capotou e elas morreram. Bem, a senhora só pode ter morrido também. - disse ela enfim avaliando as situações.

A mulher, no entanto não respondeu, apenas sorriu e voltou a baixar a cabeça. Mamãe não entendeu sua reação, mas entendeu aquele seu silêncio como um sim. Enfim, depois dessas palavras, nem a mulher nem ninguém mais falou durante a viagem inteira.

Quando finalmente chegaram em Fortaleza, a mulher disse onde eles podiam deixá-la. Ao chegarem ao local, que por sinal era em uma esquina em uma rua normal, ela desceu, agradeceu pela carona e andou até sumir no outro quarteirão.

Mamãe me disse que após ela sumir, começou a chover completamente do nada, como se uma única nuvem carregada estivesse sobrevoando por ali. Então, após ela sair do carro, parece que todos acordaram do "transe" e seguiram até a casa do amigo, onde iriam deixá-lo. Porém, ao dobrarem no outro quarteirão, a chuva cessou do mesmo modo que começou, completamente do nada, só deixando todos mais apavorados ainda.

Quando finalmente chegaram à casa do amigo, o mesmo não deixou que eles fossem embora até conseguir entrar em casa. Ele estava tão desesperado que quase não desceu do carro e quase não achou a chave. Precisou da ajuda de meu tio para guiá-lo até a porta da casa, e deixá-lo seguro dentro da mesma.

Após isso, se despediram e mamãe, minha avó e meu tio voltaram para casa. E mamãe ainda levou carão por ter dado carona à mulher, mas ela simplesmente ignorou.

Depois de alguns dias intrigado com a viagem, após passarem pela rua a qual deixaram a mulher, para o maior espanto de todos, descobriu-se que a rua ficava atrás de um cemitério, e assim, o medo tomou conta de todos novamente e por isso que depois do ocorrido, eles tentaram evitar contar a história para qualquer um.

Bem, meu relato chegou ao fim e, claro que não posso querer que acreditem, até por que, embora eu tenha acreditado desde o início, não é qualquer um que vá achar isso real e não dizer que é uma "viagem". Bem só posso dar minha palavra que isso foi verídico e esperar pela opinião de vocês.

Enfim, até mais.

Bjs

Por: Rayanne D.

Fonte: http://www.assombrado.com.br/

4 comentários:

  1. pense numa mulher de coragem, enquanto todo mundo se cagava de medo, ela foi lá e ajudou a alma penada. Por incrível, q pareça, eu acredito

    ResponderExcluir
  2. Esses contos do pessoal antigo faz eu me pelar de medo. Meu pai me contava um sobre um padeiro que matou toda a família e fez uns pães de carne que eram muito saborosos. Tinha meu avó que me contava uma lenda indígena onde explicava porque os índios dormem em redes e não em camas, muito sinistra. Além da lenda que rola no bairro Pirambu sobre o Pistoleiro Fantasma (claro que é um bairro perigoso, mas tem umas mortes muito estranhas).

    ResponderExcluir
  3. Mulher de coragem, oferecer ajuda á uma estranha numa estrada deserta quando sua família descorda dela mas, mesmo assim ela á ajuda. Mamãe win's u.u

    ResponderExcluir
  4. Isso me fez lembrar sobre o açougueiro da rua do Arvoredo que a minha avó contava ahuehuehue. Mãe corajosa hein.

    ResponderExcluir