Auto Cirurgia

Médico brasileiro faz cirurgia plástica em si mesmo.


Tem gente que quando corta o dedo, desmaia. Cortar a própria barriga de propósito, então? Com certeza muitos não conseguiriam mesmo que disso dependesse suas vidas. Não é o caso do cirurgião plástico brasileiro Luiz Américo de Freitas Sobrinho, que recentemente realizou uma abominoplastia inferior, uma cirurgia plástica no abdome inferior, em si mesmo.

Por quê? Segundo ele, pela curiosidade, pelo desafio, pelo aprimoramento técnico e profissional e, claro, como todo bom cirurgião plástico, pela estética (a finalidade principal do tipo de cirurgia realizada por Freitas Sobrinho é estética: serve para reduzir a “dobra” do abdome que fica logo acima do púbis).

“Pesquisei por cerca de uns dois anos os prós e contras da autocirurgia. Alguns colegas me apoiaram, outros me aconselharam a iniciar uma terapia e, por sorte, o restante me desafiou. Estes últimos contribuíram para que eu tomasse tal decisão, tendo em vista que gosto muito de desafios”, contou o Dr. Freitas Sobrinho ao Hype.

Inclusive, Freitas Sobrinho disse que, ao ler a história do médico soviético Leonid Rogozov, que precisou retirar seu apêndice para salvar sua própria vida durante uma missão na Antártica, recebeu o impulso que faltava para fazer o mesmo que o corajoso colega fez.

A cirurgia

A cirurgia durou cerca de duas horas. Na sala de operação estavam presentes, além do Dr. Freitas Sobrinho, outros dois médicos cirurgiões e uma clínica geral como equipe de apoio. Freitas Sobrinho utilizou anestesia local para realizar a autocirurgia, como costuma fazer com a maioria dos procedimentos de pequeno e médio porte executados por ele em sua clínica. A anestesia local e sedação muscular são preferíveis à anestesia geral e sedação venosa, já que o sangramento nesses procedimentos é quase inexistente e os riscos da segunda são maiores.

Com o peso de 92 kg e altura de 1,70 m, o cirurgião realizou a operação acima de seu peso ideal. Segundo ele, é importante ressaltar que, se as pessoas são operadas dentro do peso ideal, futuras correções para retirada de sobras de tecidos em consequência de emagrecimentos posteriores às cirurgias podem ser evitadas.

O procedimento cirúrgico incluiu a extirpação da pele e do tecido gorduroso na forma de uma elipse, mas em pedaços (técnica usada normalmente por Freitas Sobrinho), retirando diversos segmentos de cerca de 10 centímetros cada, cauterizando e dando os pontos. “Esquecemos de pesar, mas acredito que não retirei mais do que um quilo em tecido gorduroso, já que ele pesa pouco”, explicou o médico, que está contente com o resultado.


Agora fica a pergunta que não quer calar: como foi que o Dr. Luiz Américo Freitas Sobrinho teve o sangue frio de cortar a si mesmo?

Ele disse que não ficou nervoso, nem sequer hesitou ou pensou em desistir, mas teve que lidar com a ansiedade. No fim, acabou se sentindo tão bem que por pouco não realizou pequenas lipoaspirações nas laterais do seu abdome. “Isso só não foi possível porque os colegas e demais funcionários tinham outros compromissos agendados, o que não invalida planos para próximas autocirurgias”, contou, rindo.

Claro que autocirurgias não são possíveis em todos os casos, porque há locais em que as nossas próprias mãos não conseguem chegar. Mas o Dr. Freitas Sobrinho não teve muitas dificuldades. “Por alguns momentos, precisei de um espelho que me foi posicionado logo abaixo do meu abdome, apenas para que eu pudesse visualizar a área cirúrgica, mas não para as incisões, porque os movimentos são ao contrário do que a gente pensa em fazer”, explica.

Biografia

Luiz Américo Freitas Sobrinho nasceu em 30 de novembro de 1946 no município de Planalto, em São Paulo. Formou-se em medicina na Universidade de Brasília em 1975, e concluiu a residência médica em cirurgia plástica no ano de 1978, no Hospital de Base do Distrito Federal.

Sua carreira foi iniciada na cidade de Campinas, em São Paulo, e alguns anos depois Freitas Sobrinho se mudou para Jundiaí-SP, onde passou a exercer sua especialidade na Plasticlínica Jundiaí, que atualmente leva seu nome.

Fonte: http://hypescience.com/

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